Entre o que se diz e o que se fala
Em tempo forte de narrativas, o que se falanada ou pouco tem a ver com as atitudes de fato dos homens, vale para a política, para a cultura e para a religião, assim nem todos os que apontam desejar fazer socorro aos mais humildes de fato fazem, nem todos que se dizem religiosos estão de fato ligados aos valores e à mensagem divina, seja de qualquer religião ou denominação cristã.
Há coisas bem simples para serem identificadas: boa árvore dá bons frutos, palavras corretas devem indicar uma vida reta, porém o discurso filosófico ou teológico muitas vezes se confunde e neste caso é preciso se orientar por atitudes também simples de serem observadas e que dizem muito: não haver a soberba do poder temporal de qualquer tipo que ele seja, desde um chefe de departamento aos governos e autoridades constituídas, a história passada e recente está cheia destes exemplos.
A razão pela qual vivemos num tempo que as verdades não são bem vindas, é mais que a construção de narrativas e elas não faltam a criatividade humana, é principalmente pelo fato que é difícil dizer que as coisas vão mal, apesar de todos sentirem um mal estar, não faltam falsos profetas a fazer promessas irrealizáveis, consolos de autoajudas e até aqueles que receitam a felicidade como uma bula de remédio.
O mal estar civilizatório detectado por Freud (livro da década de 30) mais do que apenas aspectos psicológicos falava de impulsos pulsionais (fizemos alguns post sobre isto) e a vazão inadequada para eles.
Claro que isto vai para a política, e da política para aspectos sociais: economia, saúde, educação e o cada vez mais grave problema ambiental, porém a profundidade desta crise requer outra análise: a guerra.
Como dizemos um pouco atrás a soberba das autoridades constituídas e a adesão coletiva raivosa, não estou falando de nenhuma corrente específica e sim de quase todas, estimula o ódio e a violência, e o caminho e desaguadouro desta corrente não há outro senão o mar da violência humana: a guerra.
A mensagem positiva neste aspecto é fazer o que se problema, e muitas nem vezes nem proclamar, mas dar o exemplo daquilo que é justo e sensato, diz a sabedoria popular: o exemplo arrasta.