Arquivo para outubro 9th, 2015
A naturalização da delinquência
Psicólogos, filósofos e cientistas sociais sabem que a origem da delinquência não está apenas no fato da pobreza, no meio social apenas, mas como as pessoas “percebem” a violência e pode torna-las um fato corriqueiro a ponto de fazê-las sem ter a percepção do delito e esta percepção é construída socialmente.
Ou seja, quando as nossas mentes ficam mais preparadas para a reação à violência do que a simples recepção dela, isto acontece pois “A violência mais destrutiva não quebra ossos, ‘quebra’ mentes. A violência emocional não resulta em morte do corpo, resulta em morte da alma”. (Perry, 1995), é esta violência que no Brasil vai minando a alma do povo brasileiro.
Até mesmo pessoas com boa formação ética “perdem a cabeça” e isto é como a maioria da população começa a “perceber” os atos de delinquência como “parte da vida social”, os crimes do colarinho branco, a relativização da corrupção e da ética na política, os noticiários sobre violência na TV, etc.
Ao dizer somos “todos corruptos” mensagem transmitida pelo poder vigente com seus atos e até mesmo com palavras (tipo “todos cometemos algum delito”) estamos naturalizando todo o delito e dizendo que eles não são totalmente antissociais dependendo do caso.
Quando a sociedade clama por moralidade pública, clama também pelo fim das injustiças e aqui está a confusão, não pode clamar por justiça aqueles que são ladrões costumasses e pessoas que já tem como “natural” o desvio do dinheiro público e a delinquência política.
Estamos longe de resolver esta crise porque a sociedade que clama por justiça, deve clamar também que elas sejam feita por gente de mãos limpas, por gente que sabe de fato o que é “bem comum” e não se apropria dele, e não por politiqueiros de plantão.