Arquivo para outubro 23rd, 2015
Em tempos de crise: ambiguidade ou ambivalência ?
Edgar Morin já havia delineado em sua coleção sobre o método a questão da crise, claro não é atual, mas isto não desculpa desmandos, ambiguidades e ambivalências.
Das cinco partes que compõem o livro, a primeira, tem como título: A ética do pensamento e o pensamento da ética, trata dos fundamentos e princípios da moral.
É um convite para iniciar a leitura pensando em um tema mais básico que é a ética, ali estão delineados: Constituem temas dessa parte: o pensamento da ética, o retorno às fontes cósmicas, a incerteza ética, as contradições e ilusões éticas e a ética do pensamento.
Fundamental antes de falar de crise pois fala de uma ética universalista, que se torna concreta pela comunicação, interdependência e comunidade no destino comum da espécie humana.
Embora ambiguidade e ambivalência sejam sentimentos presentes no mundo contemporâneo, primeiro eles são distintos, ambiguidade divide o ser em direções opostas, e ambivalência é a dualidade de valores, entre o bem e o mal, um maniqueísmo moderno.
Mas como toda pessoa generosa, nas conclusões Morin aponta para a necessidade “da religação antropológica que se manifesta na solidariedade, fraternidade, amizade, e amor. O amor é a religação antropológica suprema” (p.36-37).
Entre tantos sentimentos de esperança, desvela-se um Morin quase místico, tendo surgido da religação do mundo, o amor exalta as virtudes de religação do mundo. Por isso, conclui Morin, citando o Cântico dos Cânticos: “o amor é forte como a morte” (p.37).
MORIN, Edgar. O Método 6. Ética. Porto Alegre: Editora Sulina, 2005