Arquivo para outubro 18th, 2017
Complexidade e o estado Moderno
O estado como concebido na modernidade, exatamente por que não existia antes, não é eterno e poderá sofrer profundas transformações para que a sociedade detenha o controle do poder que ela transfere pelo voto democrático, é sensível que hoje precisamos de evolução.
O construto idealista, que é fundamentado nos direitos individuais deve mais e mais ceder lugar aos direitos coletivos e sociais, alguns proclamados na revolução francesa como a igualdade e fraternidade jamais foram alcançados, eis dois dos limites do Estado Moderno.
Mas o mais sensível em tempos de mídias sociais, em que as redes sociais (que são humanas) se empoderam, é o que de fato a democracia é, no sentido de representar legitimamente os direitos da maioria, primeiro porque existe o direito de minorias, é preciso tolerância nesta convivência, e em segundo, este mais fundamental que ao transferir o direito somos após o pleito democrático, enganados pelos defensores de causas “justas” e “sociais”, em troca de seus interesses particulares ou de lobbies.
Esta complexidade social, que as mídias sociais apenas tornam nuas suas demandas e raízes, exige ainda um respeito aos limites legais conforme apontamos no post anterior deste blog, as chamadas discursos e ideologias do ódio.
O estado como concebido por Hegel, possui uma eticidade (conceito de Hegel difere da ética), onde é a “realidade em ato da ideia moral objetiva – espírito moral como vontade substancial revelada, clara a si mesma, que se conhece e pensa e realiza o que sabe e porque sabe e porque ela sabe” (p. § 257), onde há uma “a substância ética autoconsciente” que é claramente mais um conceito idealista que uma verdade apodítica.
Por isso a ideia moral objetiva que Hegel pretendia realizar-se com o Estado, com muitos exemplos em governos atuais, mostrou-se claramente que é um modelo idealista por esconder subjetividades humanas que são igualmente direitos éticos tais como, a religiosidade, e a cultura local de cada povo ou nação, conceito por exemplo, rechaçado por Bush e outros governos xenofóbicos.
O elemento de subjetividade que para Hegel era o “espírito”, também era o Espírito das Leis de Montesquieu, é esta substancialidade autoconsciente, é na verdade a “autonomia do Estado” que se convertem em um sujeito de categorias lógicas abstratas e que não se submetem a realidade concreta dos sujeitos existentes, pessoas inseridas em suas culturas.
O estado moderno não é eterno e precisa ser repensado.
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