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Arquivo para fevereiro 5th, 2018

Qual é o mal de nosso tempo

05 fev

A modernidade está em crise, e não é devido a tecnologia e as novas mídiasDesorientaçao, visto que o processo já foi detectado a muito tempo por pensadores, sociólogos e cientistas sociais, muito antes do aparecimento das modernas mídias, ainda que elas influenciem, não é causa fundamental e nem fundamento desta crise.

Um dos autores que aponta esta crise é Domenico de Mais, escritor de 79 anos, professor da Universidade La Sapienza de Roma, ele fala de uma desorientação, seu último livro o “Alfabeto da Sociedade Desorientada” (Objetiva) chegou às livrarias brasileiras em 2017, ele ficou famoso pelo seu livro “ócio Criativo”.

Em seu livro anterior m meu livro anterior, “O futuro chegou” (editora Casa da Palavra), ele diz que falta à sociedade atual modelo sociológico como referência, é interessante pois observa-se que esta volta as ideologias do século anterior revelam exatamente isto, o modelo binário de entender que ou vamos para o socialismo utópico ou para o capitalismo do período da “Riqueza das nações” de Adam Smith.

De seu livro anterior fico com uma análise que considero importante, onde diz que a falta de referência fez a sociedade der incapaz de distinguir o que é belo e o que é feio, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é bom e o que é ruim, o que é direita e o que é esquerda e até o que é vivo e o que é morto, talvez entendamos a onda de “zumbis” e a pós-verdade aí.

Para apontar o que o autor pensa do futuro, ele aponta uma série de “acupunturas sociológicas”, alguns aspectos significativos da nossa sociedade, e explora vinte e seis, o que é a meu ver demasiada e que pode de certa forma confundir.

Ele próprio faz uma síntese ao apontar os fatores que foram “sólidos” (conceito que atribuo a ele em função do líquido baumaniano), da sociedade industrial (1750-1950), qual sejam: a racionalidade, velocidade, eficácia, padronização, consumismo e machismo.

Demonstra como problemas como a concentração de renda poderia ser resolvida a partir de uma visão da riqueza produzida, segundo dados do autor o mundo cresce 3 a 4% ano, e já produz, 65 trilhões de dólares ao ano, e usando um relatório da ONU sobre o Desenvolvimento humano, bastariam 100 bilhões de dólares ao ano para acabar com a fome no mundo.

Aponta visões enigmáticas da sociedade, como perda da privacidade (segundo ele, será impossível esquecer, se perder, se entediar e se isolar), e conseguiremos pela engenharia genética evitar a maioria das doenças (muito irrealista ao menos até este momento), e faz da tecnologia uma panaceia para muitos de nossos males: robôs afetivos (com uso de Inteligência artificial), impressoras 3D que substituiriam as máquinas industrias, etc.

Ainda que apele para a subjetividade, na velha dicotomia entre sujeito e objeto, não vê ainda a questão do Ser que só pode ser resolvida com a presença de outro Ser, conforme análise das correntes existenciais-ontológicas, substituí-lo artificialmente não me parece uma solução.

Mas vale a máximo de Sêneca que gosta de usar:  “Nenhum vento é a favor do marinheiro que não sabe onde querer ir”.