Arquivo para janeiro 15th, 2025
A paz de quem ama
Eu vos dou a paz, mas não como o mundo dá, diz a sabedoria bíblica (João 14,27), e que tipo de paz é esta, claramente não é aquela que chamamos de paz entre nações e povos.
Já citamos aqui, a chamada paz ibérica, na na Sassânida (527-531), que tornou-se sem retorno a guerra, e em períodos sombrios para a paz humana seria altruísmo ou inocência pensar na paz
Dizer o que pensa, manter a coerência em ações e palavras, a justiça e os valores não valem apenas para seu grupo ou nação, devem ser valores coerentes e que sejam práticos sempre e com todos, independem de narrativas e polaridades políticas e sociais, é preciso ter sabedoria no que diz e prudência no que faz, e a pura liberação de sentimentos não é saudável e exige de quem faz sempre uma dose de empatia e amor.
Se corrige, corrija por amor, se fica calado cale-se por amor, muitas vezes é sábio calar, e não significa sempre indiferença ou omissão, é também sabedoria e prudência, as virtudes que já discorremos aqui e que foram tratadas com propriedade pela filósofa Philippa Foot.
O amor contem todas as virtudes, mas a palavra se esvaziou na contemporaneidade, ela é até sinônimo de hipocrisia e exclusão, faz-se maldade e se diz “fiz por amor”, por isto é necessário hoje compreender as outras virtudes que estão embutidas no amor verdadeiro.
Há também o apelo a ignorância, mais que apelo há um desconhecimento, a desinformação é apenas uma consequência da falta de sabedoria, e não é apenas de um lado da narrativa.
As narrativas modernas estão em moda, os instrumentos de mídia social ajudam a propaga-las com raciocínios e frases rápidas, trata-se apenas de negar o que o Outro diz, é fruto de um longo processo de desconhecimento.
A paz que almejamos é a paz do amor, mas ele deve vir contendo as virtudes cardeais: justiça (a divina), prudência, temperança e coragem (fortaleza).