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Ranciére: imagem e tecnologia

07 jan

Jacques_RanciereJacques Rancière afirma que a imagem já encontrou seu destino (The Future of the Image , 2007) e não se trata de fetichismo, para ele o poder contínuo delas afetam diretamente o homem e ao mesmo tempo são registros e marcas na história para educar e transformar.

Mas é importante e possível coloca-las em uma relação ao ser, se lembramos da categoria da diferença e repetição (Heidegger, Deleuze e outros), as operações temporais da imagem e a imagem-tempo, prefiro a categoria imagem dinâmica, pode-se pensar que esta imagem pertence ao futuro que emana dela.

Não se trata mais do quadro do pintor ou da fotografia, embora elas persistam e continuem tendo uma importância ontológica do registro, mas agora pode-se falar em combinações e interrupções do visível e do dizível ad infinitum, como pensa Rancière.

O que no fundo Rancière afirma, claro é apenas um visão de um interprete, é que política não é apenas a luta pelo poder, mas deve ter sempre uma certa partilha do sensível, uma redefinição das formas de ver e organizar o real, e isto também são as redes e o virtual.

Esta certa forma de agenciamento do sensível que dá visibilidade às coisas de um modo que anteriormente elas não tinham, e abre na pessoa que se apropria das novas ferramentas em boas formas  para trabalhar em as potência para falar e atuar em alianças sociais, não apenas partidárias ou em grupos setorizados.

Nas leitura de Ranciére observa-se a preocupação com a possibilidade dos atos estéticos propiciarem sempre novos modos de sentir comum às novas formas de subjetividade política (Rancière, 2000) e penso que as tecnologias possibilitam e empoderam esta possibilidade.

RANCIÈRE, Jacques (2000), Estética e Política. A Partilha do Sensível, com entrevista e glossário por G. Rockhill, trad. V. Brito. Porto: Dafne, 2010.

 

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