Crise, getulismo e golpe
Após um primeiro período chamado de república da “espada”, pela proclamada e não conquistada, República do Brasil, que tiveram vários presidentes eleitos: Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Bras, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, seguiu-se no final da década de 20 como o governo de Washington Luis, depois Júlio Prestes que não assumiu devo ao golpe de 1930.
O republicanismo oligárquico e a política do “café-com-leite” que se revezou no poder político das oligarquias cafeicultoras entrara em crise, enquanto a crise da Bolsa de Valores com a quebra de 29 acelerava este processo, Washington Luís é deposto quase no final de seu governo.
O candidato escolhido da oligarquia paulista era Júlio Prestes, mas a oligarquia mineira queria que fosse Antônio Carlos de Andrada, que abre mão e apoia a candidatura de Getúlio Vargas, tendo como vice-presidente o paraibano João Pessoa formando a Aliança Liberal, era o fim da política “café-com-leite”, expressão usada até hoje para indicar um jogo de cartas marcadas.
Porém Júlio Prestes vence as eleições, e os candidatos derrotadas recorrem a denúncia de fraude eleitoral, o processo se acirra tendo como conspiradores os gaúchos Osvaldo Aranha e João Neves da Fontoura, o mineiro Virgílio de Melo Franco e os líderes tenentistas Juarez Távora e João Alberto.
João Pessoa é assassinado, e uma revolta armada é iniciada sob o comando de Góes Monteiro, em 3 de outubro de 1930 e no dia seguinte, foram as forças do Nordeste que se seguiram em adesão a revolta e Washington Luis é deposto no dia 24 de outubro de 1930, pelos generais Tasso Fragoso e Menna Barreto e pelo almirante Isaías Noronha, em seguida o governo é transferido para Getúlio.
Washington Luís era oligárquico e legalista, construiu muitas estradas, é famosa sua frase: “Não prender sem motivo, não prender sem processar!”, mas acabou deposto dando origem a era Vargas que vai até 1954, como democracia foi um atraso.
O governo “provisório” de Getúlio Vargas não convocou eleições, em 1932 São Paulo tenta reagir com um “movimento constitucionalista” que é sufocado, e apesar de medidas “democráticas” governará com diversos tenentes em cargos chaves, de 1934 a 1937, num golpe de mestre convoca uma “constituinte” chamada de “poloca” por sua tendência fascista.
A tradição autoritária do Brasil é grande, quase se confunde com a história, precisamos de exercício democrático, sejam qual for o resultado final desta semana fatídica.