As semelhanças com 54 e 64
Afirmei em meu blog que o andamento da atual crise era mais parecida a 54 do que com 64 que afirmam os partidários do governo, ainda que a história nunca se repete (Marx dizia que primeiro como tragédia e depois como comédia, e 64 foi a tragédia).
Em 1964 Ranieri Mazzilli (presidente da Câmara) toma posse, mas um golpe militar estava preparado, ficou uns 15 dias.
Os fatos para muitos brasileiros que desconhecem a história, senão tomariam mais cuidado com a nossa frágil e delicada democracia, retomemos o fato que em 54 culminou com o suicídio de Vargas e a pose do vice-presidente Café Filho, um de seus opositores.
Getúlio havia sido eleito com a campanha “O petróleo é nosso”, e criara a estatal o que provocou alguns descontentamentos de setores empresariais, e também aumentara o salário mínimo em 100% garantindo base popular para seu governo.
Tinha como opositor severo jornalista Carlos Lacerda (agora são alguns, mas destaco o prof. Marcos Vila e Reinaldo Azevedo) com a diferença que este era declaradamente ligado a UDN.
Na madrugada do dia 05 de agosto o jornalista Carlos Lacerda sofre um atentando do qual sai ferido, e o Marechal da Aeronáutica, Rubens Vaz é assassinado, descobre-se que Gregório Fortunado, um homem de Getúlio, um ex-policial, chamado de capa preta é apontado é o mandante do crime.
O crime chamado de atentado da Rua Toneleros, é decisivo para que a campanha contra Vargas que ganha adeptos em todo o Brasil, e também o vice-presidente faz campanha para que Getúlio renuncie junto com ele, para criar um governo de coalisão.
Diante disso, o presidente começa a ser pressionado por políticos, pelos militares, pelos setores empresariais.
A meu ver as semelhanças param aqui, pois no caso atual é possível outra saída da crise.
Em 24 de agosto de 1945, sozinho em seu quarto no palácio do Catete (a sede do governo no estado da Guanabra), Vargas toma a decisão de retirar sua vida para “entrar para a história”.
Michel Temer será um Café Filho ou um Mazilli, espero que nenhum dos dois: novas eleições.