A lógica da guerra contra o mundo
O recente ataque americano a bases militares da Síria resultou em análises polêmicas e até contraditórias.
Há analistas que dizem que o ataque a Síria foi uma quebra do nacionalismo isolacionistas, é uma análise limitada, pois o ataque cumpre com os objetivos nacionalistas de Trump, outra análise igualmente equivocada é que seria um ato de resposta pelo uso do gás Sarim de Assad contra civis incluindo crianças, não é esta preocupação de Trump, mas a geopolítica.
Esclarecendo a política externa de Trump a ala nacionalista da Casa Branca, liderada pelo estrategista-chefe, Steve Bannon, que perdeu o cargo nesta semana no Conselho de Segurança Nacional, por influência do general H.R McMasters, considerado o mentor do ataque contra Síria, na verdade foi uma maneira de recuperar a popularidade de Trump em queda livre, e também dar “ares” de humanismo, pois dizia que Obama assistia a guerra na Síria.
Na lógica da geopolítica, além de dividir o espaço com a Rússia que é aliada de Assad, Trump também discutia no mesmo momento com o chinês Xi, as medidas para conter o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, ou seja, é um recado para a Coréia do Norte e indiretamente para o Irã, que Obama tinha iniciado uma aproximação, geopolítica pura.
Trump começa nesta “ofensiva” a se por na mesa pelo futuro da Síria, do Oriente Médio e com apoio da China, também do Oriente, é a política externa americana, oposta ao pacifismo de Obama, e um perigo claro para um mundo em processo de mundialização e respeito mútuo.
Quem pode se opor a esta política, a Europa, mas Trump deixará esta conversa para o final, depois de se por a mesa, ganhou um ponto com a Brexit do Reino Unido, e perdeu um ponto com a derrota da direita na Holanda, vai esperar uma definição mais clara na França.
O mundo caminha noutra direção, apesar destes retrocessos, o mundo mais solidário e unido é possível ver num horizonte, quando esta política do ódio racial e étnico mostrar seu equívoco.