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Economia de “guerra” e pandemia

08 abr

O único modelo econômico que temos de uma situação em que as forças produtivas da sociedade se desorganizam pela impossibilidade de ir ao trabalho ou pelo esforço concentrado em uma outra atividade é a economia de “guerra”, entretanto há uma diferença porque não é guerra entre povos, o inimigo agora é um vírus que tem o poder de fazer um estrago igual ao de uma guerra.
John Kenneth Galbraith escreveu depois dos atentados de 11 de setembro, acreditando numa possível guerra, que “em uma economia de guerra, a obrigação pública é fazer o que for necessário: para apoiar o esforço militar, para proteger e defender o território nacional, e especialmente para manter o bem-estar físico, a solidariedade e a moral da população”.
Claro o esforço militar pode ser trocado aqui pelo esforço médico, porém já acontece porque nem todas forças produtivas estão desorganizadas, a reorganização do oeconomicus, o sentido inicial na Grécia antiga que deu origem a palavra economia, ou seja, era a economia doméstica.
Porém a economia social deve se reorganizar, ainda me período de pandemia, setores paralisados como o turismo doméstico, a indústria de mecânica leve e pesada e a de bens de consumo podem ser repensadas em torno do “esforço de guerra”, em vários países a indústria automobilística foi chamada a fazer e restaurar equipamentos hospitalares, e hotéis são usados para abrigar alguns desabrigados, enfim é possível já repensar algumas coisas.
Também são um esforço importante os voluntários que atuam em comunidades carentes, fábricas de roupas podem fazer vestimentas (nos EUA) e máscaras para auxiliar a população, provavelmente isto deve continuar depois da pandemia, como mostram os países orientais, o uso de máscaras é comum no Japão e alguns países do oriente.
Também espaços familiares devem ser repensados, pessoalmente sempre construí um escritório fora ou isolado no ambiente doméstico, viralizou uma reportagem americana que a esposa do repórter entra no escritório dele corrente para retirar as crianças.
Também não fazíamos compras mensais, claro que a estocagem tem um lado perverso de poder aumentar ou mesmo desaparecer alguns produtos, como aconteceu no Brasil com o leite, e já o botijão de gás aparentemente há alguma especulação em jogo, mas devemos reorganizar a economia do “bairro” onde as pessoas possam se deslocar menos e fazer as compras mensais.
O principal é superar um modelo “economocêntrico” e pensar num biocêntrico, prefiro ao antropocêntrico porque os pets e a natureza também devem ser pensados na relação social.
Há um lado “pascal” não apenas pelo período que vivemos, e sim pelo número de mortes e a luta para diminuir este número, naqueles que tem sensibilidade há um sentimento de morte, porém a luta pela vida, o essencial que é o pão de cada dia e a ressurreição que virá dá este entorno pascal.

 

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