Politização da vacina e cuidados
Na quarta feira passada (14/10) o Ministério da Saúde do Brasil apresentou aos secretários de saúde dos estados um cronograma de vacinação contra a covid-19 que teria início em abril de 2021, a previsão é para a vacina AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, que está na terceira fase de testes e deve ser produzida no Brasil pela FioCruz, em Manguinhos, no estado do Rio de Janeiro.
Alguns governadores, em especial o governo do estado de São Paulo tem interesses na empresa chinesa Sinovac, embora a China também aposte na vacina de Oxford, esta vacina está em teste feito pelo Instituto Butantan da Universidade de São Paulo, e o secretário da Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn afirmou a jornais paulistas que “as vacinas não estão sendo tratadas de forma republicana pelo Ministério da Saúde, pois a vacina chinesa pode ter disponível 46 milhões de doses em dezembro e mais 14 milhões até fevereiro de 2021 e 40 milhões até junho de 2021.
Mas a disputa não para aí, a gigante americana Pfizer anunciou na sexta feira (16/10) que pode solicitar uma autorização de “emergência” para sua vacina contra a covid-19 até o final de novembro, disse Albert Bourla, CEO do grupo em carta publicada nas redes sociais: “Permitam que seja claro, supondo que os dados sejam positivos, a Pfizer solicitará uma autorização de uso de emergência nos Estados Unidos pouco depois da etapa de segurança, na terceira semana de novembro, o que indica que também quer participar da disputa, embora inicie a vacinação nos EUA.
Por causa de um pedido da parceira alemã BioNTech, havia um pedido de espera de 2 meses para a segunda dose da vacina (esta vacina é em duas doses) , mas Albert Bourla mostra a politização ao afirmar que “poderíamos saber se nossa vacina é efetiva ou não no final de outubro”, lembro que as eleições americanas acontecem em 3 de novembro, e isto seria um trunfo de Donald Trumph.
Segundo a organização Mundial da Saúde, e o infectologista Claudio Stadnik da Santa Casa, apenas 10 vacinas estão na fase III, e a previsão se o cronograma for seguido, apenas as vacinas da AstraZeneca/Oxford, Sinopharm (China)/Wuhan Institute of Biological Products (China) e Sinopharm (China)/ Beijing Institute of Biological Products (China) estariam prontas em julho de 2021 enquanto a Moderna (EUA) e Sinovac/Biotech (China) em outubro de 2021.
Portanto política a parte, este seria o quadro real seguindo os preceitos sanitários e médicos, antecipar é dar possibilidade ao erro e vidas estão em jogo.
Veja o gráfico acima: Fonte: Organização Mundial da Saúde e Cláudio Stadnik, infectologista da Santa Casa.