É inefável que existe e a metáfora.
Muitos fenômenos da natureza e de modo mais amplo do universo embora possam ter explicações, são inefáveis, ou seja, porque mesmo que descrito tem limitações por sua complexidade e não obviedade.
Um destes fenômenos é o tunelamento quântico da mecânica quântica (figura ao lado) no qual as partículas transpõe estados de energia que “logicamente” seriam proibidos, elas escapam de regiões cercadas por barreiras potenciais mesmo tendo energia cinética menor que a barreira.
Einstein, Podolski e Rosen escreveram um artigo (EPR) na década de 20 chamando este efeito de “fantasmagórico” porém na década de 70 ele ficou provado e rompe também com o pensamento clássico que existe A e não-A, não podendo haver terceira hipótese, ela existe e está provada, ao menos na física.
O inefável na vida cotidiana são fenômenos humanos que transpõe a barreira do imaginário e se realizam fisicamente, são mistérios e eles existem não apenas para demonstrar truques que sejam convincentes para divinizar este ou aquele grupo, ou para fazer uma “mágica”, isto é o campo dos charlatães, mas para uma consciência fenomenológica clara de algo além do humano.
Uma das funções da metáfora é poder descrever este fenômeno sem recorrer a uma lógica muito complexa para o senso comum, e permitir que muitas pessoas possam entender estes mistérios.
A figura da parábola entre neste aspecto, com uma pequena diferença da metáfora por usar exemplos do cotidiano e do senso comum, ela é pedagógica ao explicar como o mistério da vida (e também da morte) pode ser visto de modo a entender o destino da humanidade e o que é a vida.
Longe de explicar sua origem no sentido físico, o Gênesis por exemplo, recorre a Adão e Eva, o fato que o homem veio de algum aspecto complexo da natureza é explicado como sendo feito do barro, a metáfora é que o homem veio de compostos orgânicos da natureza, e claro, depois Deus soprou-lhe as narinas e deu “vida” no sentido espiritual, não é difícil entender que esta vida existe.