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A virtude da fortaleza: a ética moral da coragem

27 nov

Desde a Grécia antiga a coragem está associada ao heroísmo violento e a capacidade de enfrentar de modo bélico o medo, porém não é esta virtude moral chamada fortaleza que é vista como uma das virtudes cardeais.

Já citamos que na filosofia, a inglesa Philippa Foot tratou deste aspecto da ética moral e por isto sua ética ficou conhecida como ética das virtudes.

Enfrentar os perigos e até mesmo provações (e provocações) significa estar alinhado as outras duas virtudes cardeais: a prudência e a sabedoria, também a justiça, mas aqui cabe uma outra observação: a justiça humana é impiedosa e legalista, não contempla a misericórdia e o perdão.

A coragem acompanhada da prudência é aquela capacidade de passar obstáculos da vida com vista a superá-los de modo a não reproduzir o ódio, a violência e a injustiça, assim deve produzir e ser conduzida pela sabedoria, que não é apenas cultura e boa leitura.

Em tempos sombrios ela é particularmente importante porque é preciso coragem para passar por situações difíceis e não perder a serenidade, a capacidade de ajudar os outros a que passam pela mesma ou até pior situação devido ao ambiente hostil.

Assim encontramos pessoas, verdadeiros ícones desta virtude da coragem que salvaram judeus das perseguições (lembro aqui do filme a lista de Schindler), muitos personagens que foram verdadeiras fortalezas diante das perseguições e dificuldades em meio a guerra, os membros das equipes da Cruz Vermelha e também o Crescente Vermelho, versão islâmica do socorro em meio a catástrofes e guerras.

Eles levam esperança em meio ao caos, assim não deixam de contemplar também esta virtude teologal, e em muitos casos devolvem a fé e caridade, completando o trio teologal.

Assim vão de encontro ao que todos procuram rejeitar a dor física e moral que sofrem aqueles que se veem em meio a guerras e catástrofes, já postamos aqui sobre a importância desta hermenêutica da dor, por exemplo, quando postamos sobre “A sociedade paliativa: a dor hoje” (Byung-Chul Han).

Neste livro Byung-Chul cita a frase de Ernst Jünger: “Dize tua relação com a dor, e te direi quem és!” e que podemos ser vista como social e dizer o qual nossa relação com a sociedade como um todo, é aqui onde se encontra o maior fundamento da virtude da fortaleza (coragem).

 

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