
A trégua necessária
As dificuldades internas de uma guerra não são diferentes das externas: morte, destruição e falta de um mínimo de miseri-cordis (coração humilde capaz de sentir a dor do Outro), entre as diversas guerras do planeta, duas apontam para este “esgotamento” das forças internas.
A Rússia segue destruindo alvos militares e civis, estações de energia e alvos civis não são poupados numa guerra sem tréguas (a da Páscoa fracassou), também no oriente médio a destruição de alvos militares não poupa alvos civis, uma verdadeira crise humanitária.
A ameaça entre Irã e Israel é cada vez mais crescente, porém há uma negociação com o grupo Hamas de um período de trégua de 5 anos e isto pode viabilizar um retorno a serenidade naquela região, também a guerra no leste europeu segue um caminho parecido, graves ameaças e ao mesmo tempo possibilidades de tréguas no campo diplomático.
Zelensky, Trump, Macron e Starmer (Reino Unido) (foto) se encontraram no Vaticano durante a cerimonia de enterro do papa Francisco e depois Zelensky e Trump falaram pessoalmente.
As consequências já são visíveis no campo militar: um crescente armamento e uma ameaça a estabilidade mundial tanto no campo estrutural (econômico e humanitário) como no campo político, as armas usadas para a luta política já não são mais propostas e discursos, ultrapassam o campo da legalidade, da justiça e do bom senso.
Uma trégua pode recuperar a seriedade e serenidade das lideranças políticas, é preciso estar disponível ao diálogo sincero, ao próprio de propostas justas e razoáveis, eliminar o “inimigo” a força é o caminho de mais perdas humanitárias e autorização para regimes autoritários.
Os potenciais imperiais desfilam seus feitos tecnológicos e militares: aviões e navios de guerra cada vez mais poderosos, ameaçadores e com poder de destruição maior, uma insanidade.
Há no meio a tantas ameaças vozes capazes de fazer apelos para a paz, os diplomatas entram em campo e tentam negociações, uma trégua que se avista no horizonte ajudaria a esfriar um pouco os ânimos belicistas, ninguém ganha uma guerra hoje, a humanidade perderá como um todo e a morte de civis inocentes será inevitável.
A guerra econômica também não ajuda, não é um caminho para nada, grandes acordos sobre o comércio e a troca de bens entre nações fazem parte de um mundo globalizado, onde as relações apenas nacionais não são mais possíveis, nem na economia nem na política.
Resta acenar para uma trégua, ainda que sobre enormes suspeitas, ela ajuda acalmar os espíritos e dar um alento para a paz.