As rádios e a convergência digital
A convergência digital tecnológica é um processo no qual tanto do ponto de vista da mídia quanto dos dispositivos é possível observar uma convivência e até uma integração de diversas mídias, ainda que muita gente desconfie da eletrônica, mas há ainda um processo político que é a convergência regulatória onde os grupos hegemônicos querem manter o controle comunicacional.
Segundo dados imprecisos há mais de 11 mil rádios digitais no mundo, no Reino Unido 21% de público já é de rádios digitais conforme notícia no link idg now da UOL.
São dois os padrões principais para rádios digitais, o padrão americano chamado IBOC (In-Band In-Channel), comercialmente chamado de “HD Radio”, sendo um padrão proprietário da empresa iBiquity, e o padrão europeu DAB (Digital Audio Broadcasting), chamado de Eureka 147 e popularmente conhecido como DRM (Digital Radio Mondiale), que na verdade seria DAB+ e DRM, porque DRM é um diretório de rádios tanto no padrão analógico quanto digital.
Mas o mercado de rádios livres em geral tem reações diferentes em alguns países, enquanto na Europa já é visível a convergência entre a analógica e a digital, nos EUA o mercado reage, tanto através da indústria de gravação (Recording Industry Association of America – RIAA) como da federação de músicos (American Federation of Musicians.), no Brasil quem reage é o cartório central leia-se governo.
Nos EUA, em entrevista à CNET nesta quinta-feira, o vice-presidente executivo Dennis Wharton da NAB (National Association of Broadcasters), , defende o interesse público das rádios, disse que “a difusão pelas redes sem fio podem prejudicar a difusão livre, pois tendem obstruí-las durante as emergências “, querendo dizer com isto que há um benefício público ter rádio livre nesses dispositivos.” E acrescentou: “Eu não acho que seja um fardo enorme sobre os fabricantes de celulares adicionarem este dispositivo”, disse Wharton, emprestando seu apoio também aos músicos e seus direitos.
Já os editores de jornais não pediram ao Congresso americano que obriguem a colocar os apps de leitura de notícias nos celulares, Walkie-talkies e fabricantes de rádios digitais, não pressionam a Apple ou a Nokia para que os dispositivos tenham compatibilidade com as freqüências de rádio.
Mas emissoras de rádio são um pouco mais politicamente ambiciosas. Querem ter acesso ao benefício da segurança pública, a NAB está propondo uma nova lei federal que forçaria os fabricantes colocam sintonizadores de FM em todos os gadgets.
No Brasil já existe uma regulamentação, nada escapa do monopólio estatal, publicada em 31 de março deste ano (esta data lembra …), foram definIdas algumas leis, que segundo a secretária de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Beatriz Abreu, ainda não definiu o padrão de rádio digital não foram concluídos,entre a americana Iboc e européia DRM e afirmou conforme site do ministério : “A expectativa é que os pesquisadores das universidades brasileiras venham a interferir favoravelmente em uma das tecnologias e criar um sistema brasileiro, que pode ter como base o americano (Iboc) ou o europeu (DRM)” frisou, mas quanto a regulamentação mantém o estilo cartorial.