Instagram, preto e branco, cinema-arte
Pode-se imaginar que a arte digital seja só mais uma dimensão da arte utilitária, inaugurada na modernidade com a separação dos objetos e sujeitos, que pode se ilustrado pela célebre frase: “O belo é aquilo que agrada universalmente, aina que não se possa justificá-lo intelectualmente”, então veja as fotos que competem no site do Instagram, o segundo lugar foi do amigo Paulo Wang.
Não há como não lembrar a bela fotografia do filme “O Artista” feito em preto e branco, e quase totalmente mudo, relembrando o cinema da década de 20, e fala da queda e ascensão de uma atriz.
Mas ao contrário de tentar reviver os bons tempos, e os “artistas”, existe a arte da pessoa comum.
Feita por uma multidão anônima, ali estão as mais belas fotos de branco e preto, que me fazem lembrar os filmes preto e branco de Kurosawa, a primeira vez num mundo colorido, em que voltava a imaginar a beleza dos contrastes e sombras, de imagens focadas que não tem um fundo embaçado, etc.
Lembrei de um filme pouco conhecido Viver (1952) deste japonês homem-mundo (veja o post de ontem) capaz de traduzir Rei Lear na cultura japonesa, no maravilhoso filme, este colorido Rhan (1985).
Mas quem quer penetrar na beleza das imagens coloridas, verdadeiros quadros multimodais (quadros em filmes) de uma beleza ímpar, como ver quadros de Van Gogh no cinema, deve ver Sonhos (1990).
O cinema é um belo exemplo de uma arte que não se deixou corromper, claro, só para os mestres, também há um cinema submisso de grandes heróis, clichês políticos de guerras imperialistas e de zumbis, homicidas, sombras e cores bizarras, que nada tem de arte nem do belo.