Questão geopolítica e religiosa
O ocidente pouco ou quase nada entende do que acontece no mundo árabe e muçulmano, por isto somado ao preconceito e a intolerância, o radicalismo tende a crescer.
Os muçulmanos, da mesma forma que os cristãos, budistas e as centenas de religiões indianas, e muitas outras, não são uma uniformidade, e também a visão política e geopolítica se diferenciam, um exemplo disto é a indiferença ocidental em relação aos curdos, que lutam ao norte da Turquia e do próprio estado islâmico por sua sobrevivência.
O estado Islâmico cresceu durante a Guerra Civil da Síria, através das denúncias contra o ditador Bashar al Assad que é “tolerado” pelo ocidente e “aliado” da Rússia, agora com os ataques em Paris, isto pode mudar, porque pode todo ocidente se alinhar ao ditador Sírio.
No auge da Guerra do Iraque, os antecessores do Estado islâmico que também lutavam contra Saddam Hussein que pertencia aos sunitas, estavam nas províncias iraquianas de Al Anbar, Ninawa, Kirkuk e a maior parte de Salah-ad-Din e regiões de Babil, Divala e a própria Bagdá, e já tinham declarado Baguba como sua capital, durante a guerra da Síria expandiram para Ar-Raggah, Idlib e Alleppo.
São os próprios islâmicos os que mais sofrem com o Estado Islâmico, estupros e açoites são práticas comuns para dominar as denominações islâmicas mais tolerantes e abertas, e isto cresce na medida que o território e as forças bélicas do estado Islâmico avançam.
A intolerância política e religiosa que impomos ao mundo muçulmano é o fermento que faz o radicalismo avançar, o recrutamento de jovens e a crueldade dos soldados aumentarem.
Os curdos, descendentes dos antigos Medos e, portanto, são o povo “originário” aquela área durante milênios, com uma população de quase 40 milhões, é ignorada pelo ocidente, rechaçado pela Turquia e Síria, e os únicos que fazem ataques por terra ao Estado Islâmico, uma vez que o Iraque possui um exército desarticulado e a Síria tem seu território dividido.
Uma posição clara pelo direito de sobrevivência e de território de todos os povos, incluindo aqueles que hoje estão obrigados a serem nômades seria um bom começo de “diálogo”.