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Noosfera: uma esfera do espírito

18 mai

Teilhard de Chardin nasceu em 1881 numa família religiosa provincial da NoosferaFrança, entrou para a ordem religiosa Companhia de Jesus (Jesuítas) onde estudou geologia e paleontologia, desenvolveu estudos de paleontologia e usando uma teoria de Vernadsky, segundo a qual a Terra se desenvolveu em três fases a geosfera (a matéria inanimada), a biosfera (a matéria biológica) e a noosfera ( a vida inteligente no planeta).

Paleontologia é o ramo das ciências que estuda o desenvolvimento da vida no planeta.

Sem entrar em detalhes no desenvolvimento da Geosfera, que sem dúvida é também apaixonante estudar a formação e o esfriamento do planeta, a formação de continente e oceanos, os rios e planícies até o surgimento da vida, mas não é o foco central do seu trabalho.

Desenvolve isto sim, em detalhes e num longo percurso do desenvolvimento da Biosfera desde organismos monocelulares e pluricelulares, desenvolvendo um processo de vitalização, que vai desde a filetização até o que chama de complexidade e cerebralização, onde uma “mancha antropóide” dá origem ao homem que seria o ponto máximo desta complexidade.

Chardin faz uma importante comparação no desenvolvimento dos equídeos com os humanos, mas lamenta que são poucos os fósseis de equídeos uma vez que viveram mais em campos e cavernas e grutas são jazidos mais ricos em fósseis, devido as possibilidades de conservação.

Ao perceber que a cerebralização dos equídeos é parecida aos homens e deve ter ocorrido na mesma era, a o Eoceno Inferior (rápida elevação da temperatura favoreceu a formação de flores, bosques e animais herbívoros), mas o fato do homem estar ereto criou uma diferença tanto no uso das mãos quanto na capacidade do cérebro de ter consciência, de refletir.

Chardin parece se configura, fazendo sobre o motivo de aprofundamento sobre a questão da origem da vida se pergunta: “mas de onde convêm pôr a sua força profunda ?” (Chardin, p. 43) e levanta três atitudes intelectuais possíveis: a) a seleção natural da Matéria, no jogo estatístico de hipóteses, em uma complexidade sempre crescente, b) a via espiritualista, uma “expansão da consciência”, tendo a consciência como sendo uma “complexidade preparada”, não diz, mas um deus demiurgo como na cosmogonia de Platão onde este deus dá forma a uma matéria desorganizada imitando as essências eternas, tendo os deuses inferiores, criados por ele, como tarefa a produção dos seres mortais, por isto ele vê a reflexão como essencial no processo de hominização, ou seja, o homem tornar-se um ser reflexivo como ele é.

Entretanto é na Noosfera, o espaço de interação entre as diversas reflexões humanas, definição minha, que o processo de humanização acontece, Chardin e define assim: “O homem, surgido como uma simples espécie,mas gradualmente elevado, melhor que um Reino, nem mais nem menos que uma “esfera” – a Noosfera (ou esfera pensante) sobre-imposta coextensivamente (mas quanto mais ligados e homgenea !) à Biosfera.” (p. 102)

Chardin, T. O lugar do homem na natureza, Lisboa: Instituto Piaget, s/d. (original 1959

 
 

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