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Complexidade, consciência e máquinas

10 out

Tanto a complexidade como a consciência são fenômenos que pertencem a natureza AiBladeRunnerbiológica, conforme afirma Searle “é um fato objetivo do mundo a existência de certos sistemas – os cérebros – que são munidos de estados mentais subjetivos, e é físico o de sistemas semelhantes possuírem traços mentais”, por isso a dicotomia infernal entre cultura x natureza é tão capital no modelo liberal-idealista.

Isto aproxima Searle da intencionalidade, categoria capital de Franz Brentano e intermediária da fenomenologia de Husserl, porém é uma “intencionalidade” definida como “a capacidade biológica fundamental do espírito de pôr o organismo em relação com o mundo”, e mesmo que isto seja “colocado” nas máquinas, as mesmas carecem desta subjetividade do espírito.

É diferente quando falamos de atos intencionais como atos de linguagem, uma frase ou mesmo sons que podem ao sair da boca serem gravados ou marcados em uma folha de papel, é um objeto físico na origem como outro, mas enquanto a capacidade de representar alguma coisa já não é intrínseca, por exemplo, se for um sentimento, uma crença, ou um desejo. 

A intencionalidade na máquina só existe enquanto estado, ato ou ação, nunca como sentimento, desejo ou crença, lhe é inerente que um estado conduza a outro, mesmo que seja um estado de repouso, mas nunca o de sentimento, se ele existe é simulado.

Escreve o autor “a capacidade que têm os atos de lingua­gem de representar objetos e estados de coi­sas do mundo é uma extensão das capaci­dades biologicamente mais fundamentais que tem a mente (ou o cérebro) de pôr o organismo em relação com o mundo por meio de estados mentais tais como a crença ou o desejo, e em particular através da ação e da percepção”.

A ideia de que isto pode ser objetivo e será simplesmente um ato maquínico é tão estranha quanto a digestão ou gustação, não se trata da dificuldade de imitar estes sentidos por máquinas, talvez um dia seja possível, mas o fato que ainda que façam o que biologicamente uma pessoa faz será um ato químico-físico e nunca mental.

Podem se fazer até as máquinas sonharem como em Blade Runner, ou ensinar o “amor” como em A.I. (dirigido por Spielberg em 2001), ainda assim será um estado cibernético e não mental.

Em breve exploraremos a complexidade, ela também tem uma origem na biológica.

 

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