A alta da Covid 19 permanece
Não há grande consenso entre os especialistas sobre o atual aumento do número de internações, assim como alguns apontam que as estatísticas podem ser mais altas do que aquelas que aparecem nas pesquisas, quer pela omissão de dados em alguns estados quer por casos assintomáticos que não entram nas estatísticas ou são tratados em casa, sem estatísticas.
As diversas ondas tiveram acertos e falhas, se espera agora uma cautela maior das autoridades.
O infectologista Júlio Croda da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que um fator foi a flexibilização em relação às medidas de proteção e outro foi o efeito sazonal de outono e inverno, que agora apenas estamos ingressando, assim concluímos deve-se prolongar até agosto.
Sobre a subnotificação, a infectologista Rosana Richtmann do Hospital Emílio Ribas de São Paulo, afirmou que o autoteste em farmácias ajudou em termos de facilidade de detectar-se o Covid, mas aumentou a subnotificação, com isso o número de casos, que é importante para o controle da pandemia, fica limitado e pode levar a medidas pouco satisfatórias de contenção do contágio.
Mesmo se considerando tudo isto, a 4ª. onda segue avançando e pelo nono dia consecutivo registra alta, entretanto as internações e mortes devem ser claramente notificadas e muitos órgãos de saúde as omitem, em especial os órgãos públicos que tem responsabilidade de divulgar.
Uma nova cepa XQ vem sendo monitorada no país desde março, casos isolados já foram detectados em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, no Rio Grande do Sul já foram identificados a transmissão local em diferentes cidades, até o início de junho eram 25 casos lá.
Também no exterior já existem casos no Reino Unido, Alemanha e Itália, a cepa XQ é uma combinação das variantes BA.1 e BA.2 é mais infecciosa (cerca de 10%), mas não há resultados conclusivos de sua letalidade.
Não é preciso ser especialista para saber que enquanto não houver medidas preventivas sérias e aplicadas com rigor, o vírus continua a circular e tanto o contágio como novas variantes continuarão, espera-se atitudes mais incisivas dos órgãos de controle sanitário.