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Verdade entre a lógica e a onto-lógica

30 jun

A verdade na construção ontológica dos gregos, existe algo inexorável ao Ser e isto os levava a crer que de alguma forma isto se configurava no num todo cosmológico, o “sumo bem” de Platão ou o “motor imóvel” de Aristóteles, não era apenas realidades físicas, mas também meta-físicas.

O physis para eles era para os filósofos pré-socráticos algo permanente, primário e fundamental e depois ficou elaborado como natureza, que incluía o “cosmos”,

Plotino, um neo-platonico vai estender esta realidade a Alma, que seria uma forma inteligível que pensa no interior do intelecto, no debate atual sobre a consciência em Inteligência Artifical, diríamos que é a sensiência, claro é preciso retomar no contexto de Plotino, afirma ele na Enéada VI, 4: 

“E nós, o que somos nós? Somos aquele ou somos o que se associou e existe no tempo? Na verdade, antes de acontecer o nascimento, estávamos lá [no inteligível], sendo outros homens e, alguns, também deuses: almas puras e intelectos unidos à totalidade da essência, partes do inteligível, sem separação, sem divisão, mas sendo do todo (e nem mesmo agora estamos separados).”.

Assim o todo permanece, se não há em Plotino o Deus como conhecem as religiões monoteístas, há a ideia do todo que “se revestiu de nós e acrescentou a si mesmo aquele homem”, na continuidade do texto acima.

Santo Agostinho parte desta ideia para afirmar que a alma é “a presença de Deus no homem, e sua ligação com o Criador, a responsável pela semelhança do homem com Deus”, assim como associa a alma ao Uno, uma categoria também usada por Plotino, e nele o Uno é Deus.

É verdade que a modernidade abandona a ideia de Deus e ao dividir o pensamento em objetivo e subjetivo, torna secundário aquilo que se realiza na mente, no pensamento e na alma, em síntese na noosfera, e isto acontece também com o mundo religioso, conforme postamos ontem não basta dizer “senhor, senhor” é preciso uma ação que corresponda a determinada crença.

Mesmo em seu tempo histórico, para os que creem esta epifania continua, Jesus já perguntava aos seus discípulos “quem dizem os homens ser o filho do homem [eu ser]? ” (Mt 16,13), porque sabia que muito do que é como ser divino e atemporal seria confundido com aspectos terrenos e contextuais apenas, em tempos de crueldades e hostilidades é preciso repensar o que pensamos de eterno, de atemporal e que deixaremos de legado para toda humanidade.

 

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