Entre o falar e o fazer
Longe da aporia (desconhecimento do mal) está a realização do bem, o bem universal, o bem comum, o bem que vê e explicita a vontade do Outro, aquele que elimina a simbólica do mal.
De boa vontade o inferno está cheio, mas não é bem assim, porque se for uma reta intenção ele pode sim produzir frutos na hora certa, porém há um bem não feito e mal feito, isto é mal.
Há uma determinação na vontade, que é a intenção, o tema já foi tratado por inúmeros filósofos, mais claramente na fenomenologia onde é uma categoria essencial, porém a intenção requer um hábito, e torna-la hábito requer coragem e determinação.
Uma confusão sobe a intenção é confundi-la com propósito, os psicólogos não gostam muito do termo porque envolve o futuro e coloca a causa dos comportamentos nos indivíduos e não na sua história de vida, muitos julgamentos apressados e equivocados, partem do “propósito”.
Porém um propósito feito de modo a conseguir superar traumas, condicionamentos maus ou algo que perturbar uma mente saudável e intencionalmente ativa ao bem pessoal e social, é um propósito que leva a uma intenção ligada a consciência.
Na filosofia o termo intenção está vinculado e é uma subcategoria da consciência, e isto é muito diferente da ação mágica que alguns defendem como “lei da atração”, por isto que os psicólogos não gostam, trata-se de ativar a consciência e com isto tornar a intenção saudável.
Esta intenção consciente leva a um fluxo de aprendizagem que este sim reelabora e torna a consciência mais clara das possibilidades e perspectivas saudável para a vida e torna o futuro presente em ações que levam a esta aprendizagem e elaboração da intenção.
Assim é possível que alguém vou e não vai, como é possível que alguém diga talvez não vou, mas acaba indo supondo é claro, uma direção saudável de uma reta intenção.
Um parábola bíblica que explica o que é a vontade num sentido mais pleno, é aquela que conta que um pai dono de uma vinha convida os dois filhos para ir trabalhar na vinha (Mt 21,28-30), o primeiro disse vou e não foi, o segundo disse não vou e foi, qual dos dois cumpriu a vontade do pai, todos responderam que foi o segundo, assim intenção é diferente de propósito e está relacionada a consciência.