Oscar tem como ganhador “O Artista”
27
fev
“O Artista”, de Michel Hazanavicius, levou 5 prémios (Melhor autor com Jean Dujardin, 39; direção de arte, trilha sonora de Ludovic Bource, figuro de Mark Bridges e Montagem) e a
estatueta de melhor filme, tornando-se o grande vencedor da 84ª edição do Oscar, competindo com fortes concorrentes como “A Invenção de Hugo Cabret” (favorito em 11 categorias), “Meia-Noite em Paris”, “O Homem que Mudou o Jogo” e “A Árvore da Vida”.
O filme tem certo saudosismo, mas causa reflexão por um retorno a questão da linguagem, pois se passa em Hollywood dos anos 20, conta a história de George Valetin (Jean Dujardin), um astro do cinema mudo que se recusa a participar de produções faladas, mas ele acaba se apaixonando por Peppy Miller (Bérénice Bejo), um mito nascente do cinema falado. Meryl Streep mais uma vez ganha o de melhor atriz em “Dama de Ferro”.
O filme “A separação” do diretor iraniano Ashgar Farhadi, ganhou melhor filme estrangeiro que traz a história de Nader (Peyman Moaadi), um homem que, após se divorciar de Simin (Leila Hatami), é obrigado a contratar uma jovem para cuidar do pai que sofre de Alzheimer.
O longa em 3D de Martin Scorsese “A Invenção de Hugo Cabret”, ganhou também cinco prêmios, mas em outras categorias tecnológicas: direção de arte, fotografia, edição de som, mixagem de som e efeitos especiais, mostra a tendência de valorização destes aspectos técnicos.
Com um tema relacionado ao homossexualismo Christopher Plummer, 82, recebe o Oscar de melhor ator coadjuvante por “Toda Forma de Amor”, fez uma brincadeira com a estatueta: “Você só é dois anos mais velha do que eu, onde esteve em todo esse tempo?
A escolha de “O Artista” revela uma reflexão sobre a linguagem, as vezes vulgarizada em diversas mídias, um retorno aos valores essenciais da sétima arte, ou seja, do cinema como “arte” e a continuidade do apreço por valores humanísticos, que a mim agrada muito.
