Complexidade, os sujeitos e a tecnologia
Desde o século XVII, foi a metáfora mecanicista tem sido dominante para o entendimento da natureza, da sociedade e das organizações, incluindo as maioria das religiões.
O marco desta visão de mundo predominante, sem o saber foi o racionalismo científico, que concebeu a realidade objet iva, a natureza e até mesmo o homem, como governado por leis físicas e objetivas segundo uma lógica mecânica, na qual as vezes até o “amor” se insere.
Mas a natureza (physis) e a subjetividade humana (meta-physis) são mais complexas do que parecem, primeiro foi possível perceber isto na natureza e no cosmo (physis) agora aos poucos começa-se a entender também isto presente num valor inerente ao homem: o Amor.
Um grande escritor da complexidade esclarece: “O que é a complexidade? À primeira vista, é um fenómeno quantitativo, a extrema quantidade de interacções e interferências entre um número muito grande de unidades” (Morin, pgs. 51 e 52), e mais a frente completa: “… a complexidade num sentido tem sempre contato com o acaso” (pg. 52).
Retorna apropriadamente a questão do Sujeito/Objeto, como é impossível eliminar o Sujeito na vida real, diz Morin: “banido da ciência, o sujeito desforra-se na moral, na metafísica, na ideológica. Ideologicamente, é o suporte do humanismo, religião do homem considerado como sujeito reinante ou defendo reinar o mundo dos objetos (para possuir, manipular, transformar) (pag. 59).
Explica Morin a dicotomia sujeito/objeto: “À eliminação positivista do sujeito, responde, no outro pólo, a eliminação metafísica do objeto; o mundo objetivo dissolve-se no sujeito que o pensa” (Morin, pg. 60).
Nisto consiste a crítica à tecnologia, responder aos seus objetos metafisicamente como se fossem sujeitos, ora um celular ou um computador é só uma physis complexa, não um “ser”.
Morin, E. Introdução a complexidade, Lisboa: Instituto Piaget, 2008.