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Arquivo para a ‘Jornalismo’ Categoria

A guerra, o Brasil e a Finlândia

26 abr

Enquanto a guerra vai se escalando no leste europeu, os objetivos russos vão se tornando claros, o controle maior das fontes de energia e material disponível para a guerra, isto inclui a Siderurgia de Azovstal, onde há civis e a batalha se intensificou.

Há o alegado despiste de dizer que o leste faria um corredor por terra até a Criméia anexada na guerra de 2014, porém isto nunca foi problema para a Rússia por causa de sua frota aérea, e ela tem outro exclave que é Kaliningrado, e também é por isso que a Ucrânia passou a bombardear os armazéns de petróleo russo.

O governo brasileiro ditatorial de Vargas chegou a flertar com o Nazismo, porém em julho de 1939 em visita dos Estados Unidos ao chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, general Góes Monteiro, o governo americano prometeu cooperar com o reequipamento militar e econômico do Brasil na construção da Companhia Siderúrgica Nacional (a antiga CSN).

Na época foi dado ao Brasil um crédito de 17 milhões de dólares junto ao Eximbark, e uma base americana foi instalada no Rio Grande do Norte, estratégica para voos militares para Europa.

Também a Finlândia tinha antes deste período indústrias pesadas que poderiam auxiliar na guerra, a Suécia também tinha e forneceu material tanto para a Alemanha como para os aliados, porém em 1939 Stalin, então presidente da União Soviética resolve invadir a Finlândia.

O parlamento da Finlândia está decidindo agora a entrada na OTAN, e a Rússia ameaça com retaliações, na última semana Maria Zarakhova, porta-voz do Ministério das Relações Extensores da Rússia afirmou: “Nós demos os nossos avisos, tanto publicamente como pela via dos canais bilaterais; eles (os dois países) sabem disso, então não há surpresas. Eles foram informados sobre tudo, sobre o que (uma eventual adesão à Otan) vai acarretar”.

Isto provoca uma nova escalada na Guerra e envolve também a Suécia que deseja aderir a OTAN.

O embate entre russos e finlandeses, iniciado em 30 de novembro de 1939, chamada de Guerra do Inverno (foto), embora com um exército e poderio menor os finlandeses resistiram a guerra e mantiveram a moral da tropa, já havia o pacto recém foi feito o pacto Molotov-Ribbentrop (ministros da Rússia e Alemanha, respectivamente), onde a Finlândia ficaria neutra, porém perdia parte de seu território, uma boa parte de seu parque industrial e se comprometia a manter neutralidade na guerra, mas a Rússia rompeu com a Alemanha e invadiu a Finlândia.

O tratado de paz foi assinado em 12 de março de 1940, cedendo 10% do território finlandês à Rússia e 20% de sua capacidade industrial a União Soviética.

Mais poderio militar e indústrias bélicas significam que não há fim previsto para a guerra, o maior envolvimento da OTAN significa a proximidade de uma escalada global, mas mantem-se a esperança de paz através de acordos, cada vez mais difíceis.

 

Vidas inocentes também importam

07 abr

A guerra de todos os horrores e desumanidades tem sua face maiscruel na morte de inocentes, por isto a morte de civis é condenada, embora deva se condenar a própria guerra, não há guerra justa, a única oposição justa a guerra é a paz.

Por mais que isto seja um fato, é importante pensar na morte dos inocentes, onde há sempre uma certa dose de intencionalidade, para prever possíveis desdobramentos e alerta para mais horrores, quando e trata de totalitarismos (veja o posto anterior) há sempre um horizonte sombrio e preocupante.

Por isto a morte de inocentes em si deve ser apurada e punida, trata-se de ato totalitário, absurdo.

Se pensarmos na guerra do Vietnã, onde se usou as bombas incendiárias Napalm (foto), onde morreram algo próximo a 1 milhão de pessoas (há estimativas que falam até de 3 milhões de pessoas), e também 300 mil combojanos e mais de 20 mil laocianos, então também no Ocidente tem em sua conta vidas de inocentes.

Também a guerra do Iraque, a crise no Oriente médio e as guerras africanas devem ser vistas.

A morte e o bombardeio de hospitais, maternidades e até manicômios na Ucrânia, é claro que estes dados devem ser comprovados, indicam a crueldade desta guerra atual, e isto é importante não só para um julgamento em tribunais de guerra, mas para pensar nos possíveis desdobramentos.

Em um clima de final de pandemia, uma provável escassez de alimentos, o desequilíbrio de forças militares com tecnologias e uso de armas nucleares, químicas e biológicas é muito preocupante.

Porém se observa isto também no microcosmo, nas ações sociais e individuais, a ausência de sentimento e compaixão pelos indefesos, a falta de humanismo verdadeiro e o descaso com a vida, pois a pandemia não acabou e crescem vários tipos de negacionismo.

Olhar sincero para uma humanidade que sofre e se vê ameaçada por um futuro ainda mais duro, é obrigação de todo humanismo sincero, e um olhar especial para os inocentes é mais necessário.

Sem um grande de humanidade que olhe para o Outro que sofre, não teremos futuro promissor.

 

A narrativa do totalitarismo

06 abr

Não se trata apenas da guerra que é o ápice da ação totalitária,a tentativa de submeter povos e governos a uma verdade unilateral, a uma forma de ver o mundo que despreza outras e mais do que fazer uma história do autoritarismo é preciso entender suas origens e sua narrativa.

Foi assim que Hannah Arendt encarou a questão ao escrever em 1951 “As origens do totalitarismo”, ela parecia convencida que após o final da segunda guerra o problema não acabava ali, ali fala do inferno, do pesadelo, da Metamorfose de Kafda, da cebola e até da feiura de um omelete entre tantas outras coisas, quando chegavam às suas mãos as histórias de Auschwitz.

Ao tentar descrever a experiência totalitária o dilema que se deparava Arendt era que essa experiência não podia ser explicada, não pela filosofia política ou pelos conceitos tradicionais, não é como a culminação de um processo do desenvolvimento de algo a partir de um passado.

Lembro uma frase impactante de Lygia Fagundes Telles, falecida estes dias quando completaria 99 em 16 de abril, escreveu: “Não há coerência ao mistério nem peça lógica ao absurdo”, os ditadores e suas narrativas só tem lógica numa propaganda sistemática, e numa claque que de outros fanáticos que o apoiam e com ele se identificam.

Esta forma de narrativa que Arendt escreveu encontrou oposição em contemporâneo como Voegelin sobre o qual ela respondeu: “eu não escrevi uma história do totalitarismo, mas uma análise em termos históricos dos elementos que se cristalizaram no totalitarismo” (ARENDT, 2007, p. 403).

Escreveu também na “Crise da República”, que a primeira diferença fundamental entre o totalitarismo e as demais categorias presentes na história está no fato de que o terror totalitário “se volta não só contra os seus inimigos, mas também contra os seus amigos e defensores”; uma segunda diferença seria sua radicalidade, que o torna capaz de eliminar não somente a liberdade de ação dos indivíduos como faziam as tiranias através do isolamento político., eliminando não só opositores como também aliados pouco confiáveis, há um claro paralelo na guerra atual.

Em sua nota de número 81, Arendt escreveu: “O total de russos mortos durante os quatro anos de guerra é calculado entre 12 e 21 milhões. Num só ano, Stálin exterminou cerca de 8 milhões de pessoas somente na Ucrânia. Ver Communism in action, U. S. Government, Washington, 1946, House Document n o 754, pp. 140-1”, novamente a semelhança com a Guerra atual não é por acaso, e depois de Butcha estes dias Mariupol (foto) poderá ter drama semelhante.

O último tópico do livro de Arendt é: “Ideologia e terror: uma nova forma de governo”, quem tem interesse em evitar totalitarismo é só ler, é provável que alguém tome consciência deste terror.

ARENDT, H. Origens do Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

 

Pode um cego guiar outro cego ?

25 fev

Numa situação de conflito as partes envolvidas devem ser arbitradas por uma terceira que seja neutra, mas ainda não existe.

A escalada da guerra entre Ucrânia e Rússia segue nesta manhã de sexta-feira, tanques russos se aproximam de Kiev enquanto as tropas de defesa da Ucrânia resistem como podem com ataques anti-tanques e explosões de ponte, como a do rio Teteriv, que dificultam a chegada dos russos a Kiev, também conseguiram atingir alguns tanques com baterias antitanques.

O próprio ministério da Defesa da Ucrânia informa que os tanques russos já estariam a 32 km da capital, e o objetivo é a queda do governo e consequente ocupação russa do país, os aliados do leste Europeu que fazem parte da OTAN: Polônia, Lituânia, Estônia e Letônia invocam o artigo 4º. do tratado da OTAN que qualquer país atingido implica numa reação dos 30 estados membro.

A entrada da OTAN seria o início de uma escalada mundial da Guerra, certamente a China se posicionaria a favor da Russia enquanto os EUA e seus aliados fora da Europa se posicionariam a favor da Ucrânia, o que já vem acontecendo, porém o Brasil segue numa complicada situação em função da visita do presidente da República em hora inoportuna à Rússia, porém o vice-presidente já condenou a ação russa.

Nas primeiras horas desta sexta-feira a situação da Ucrânia vai se tornando dramático com a possibilidade de um eminente assalto das forças russas a capital Kiev da Ucrânia, sem uma reação dos aliados, apesar de terem cedido armas ao exército ucraniano, em poucas horas a ocupação do país pode ser total.

O conselho de segurança conforme noticiamos ontem já se pronunciou contrário ao avanço russo, embora a retórica russa diga que era somente para manter a paz e anteriormente que não invadiria a Ucrânia, já se sabe que são apenas retóricas de guerra.

Quem seriam as forças, países e pessoas capazes de convocar uma reunião diplomática de emergência, as sanções impostas aos bancos da Rússia atingem três aliados de Putin neste mercado financeiro: Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e Igor Rotenberg.

Outra sanção foi a interrupção do gasoduto Nord Stream 2 que está pronto e liga a Rússia com a Alemanha, Putin acusou o golpe dizendo que isto vai fazer o preço do gás explodir e a Europa depende dele.

Porém o problema central segue, quem pode dar luz a um diálogo entre cegos, como diz a leitura bíblica que faz alusão a que um cego não pode guiar outro cego, e acrescenta (Lc 6, 42): “como pode dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.

Não se trata de torcidas de uma partida de futebol e sim de vidas humanas e direitos de povos e nações que estão em jogo, não há torcida que tenha luz senão aquela que deseja a paz, os lados em conflito, aquilo faço alusão a Biden e Putin, deve aceitar algum tipo de moderação para evitar uma guerra mundial, ou a volta da guerra fria.

 

Sobre a Guerra e a cegueira

23 fev

É sempre cego ou apenas egocêntrico aquela incapacidade de olhar o Outro, querem sua atenção apenas para exigir seus dotes e seus feitos, assim são egocêntricos, porém a cegueira social e cultural é mais ampla, nela está a incapacidade de aceitar culturas e povos diferentes, dizem eles não constituem um grupo relevante ou não tem uma cultura avançada, onde a questão do avanço depende apenas do referencial, o mais comum em ambos casos é reclamar o olhar do outro sobre si, sem que haja o recíproco.

O ensaio sobre a cegueira de José Saramago, já postamos aqui fala desta cegueira social vista como um vírus que se espalha e começa cegar a todos, e que foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, com roteiro de Don McKellar, e chamamos o nosso post-ensaio de Intermitências da Morte, outro ensaio de Saramago.

Camus também descreveu em seu romance A peste, sobre uma doença que atingiu seu país natal (era argelino) e que via que chega-se uma hora em que a verdade parece ofender a todos, até mesmo os outrora sensatos: “mas chega uma hora na história em que aquele que ousa dizer que dois e dois são quatro é punido com a morte” pois é “uma ideia que talvez faça rir, mas a única maneira de lutar contra a peste é a honestidade”, esta virtude esquecida e até ironizada nos dias de hoje.

Diz Camus que ultrapassar o medo e a dor “compreendi que toda a desgraça dos homens provinha de eles não terem uma linguagem clara.  Decidi então falar e agir claramente, para me colocar num bom caminho”, isto implica não apenas em sabedoria e coragem, mas também ultrapassar a cegueira humana.

Numa passagem mais contundente dirá o autor: “Os homens são mais bons do que maus, e na verdade a questão não é essa. Mas ignoram mais ou menos, e é isso que se chama virtude ou vício, sendo o vício mais desesperado o da ignorância, que julga saber tudo e se autoriza, então, a matar”, mas então se faz o ódio e a guerra.

Este parece ser um caminho sem volta pelo qual trilhamos, não apenas no pavio aceso na Ucrânia e na Rússia, mas em toda humanidade, a cegueira do tempo das guerras parece ter voltado a toda e todos estão apontando o dedo uns para os outros, e Karl Klaus avisava aos jornalistas (antes da 1a. guerra mundial) que também embarcavam na onda: “A guerra, a princípio, é a esperança de que a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de que o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver que o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver que todo mundo se ferrou.

Também na Bíblia não falta esta metáfora: o cego Bartimeu que implora a visão, a cura do cego de nascença (incrível porque não tinha um sistema cognitivo para enxergar) e foi lavar-se no tanque de Siloé e os dois cegos da Galileia, é claro para a maioria dos teólogos que esta cura é para ver a verdade que os homens se recusam a ver: o Amor e a Paz.

As polarizações regionais e nacionais aos poucos se tornam mundiais e a sensação de que o outro é que vai “se ferrar” é a crescente e pura cegueira, todos nos ferraremos.  

 

Acordos possíveis e conflito iminente

22 fev

Ataques que aconteceram no final de semana nas regiões de separatistas Donesk e Lugansk podem minar as possibilidades diplomática em torno da Ucrânia, tanto a Ucrânia quanto a Rússia através dos separatistas querem estabelecer os limites territoriais antes de um possível acordo, porém os testes realizados com foguetes com carga nuclear na região de fronteira são mais provocativos que parecem, enquanto a Russia reconhece os governos denominados República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk.

As agências de notícias informaram nesta segunda feita que “o presidente disse que planeja assinar o relevante decreto num futuro próximo”, referindo-se ao reconhecimento das regiões separatistas e informou os líderes Emmanuel Macron (França) e Olaf Sholz (Alemanha) de suas intenções.

Com isto o protocolo de Minsk que estabelecia um equilíbrio de forças nas três regiões em lítio, pois também a Criméia fazia parte daquele acordo, parecem estar rompidos e o objetivo expansionista de Moscou fica claro, agora com objetivo definidos, a Ucrânia deve abrir mão de parte do seu território para as Repúblicas Populares, e a Criméia sequer é citada sendo portanto uma região já considerada anexada a Rússia, a duvida agora é se os desejos do Kremlin param ai, as tropas nas fronteiras não dão sinal de limites.

Os cálculos de analistas da inteligência americana é que 75% das forças militares russas estão voltadas ao conflito, tudo leva a crer que não se trata apenas de apoio tático aos rebeldes das repúblicas em litígio, agora o que se espera é o reconhecimento dos países por esta independência, infelizmente é um sinal para todas nações e assim torna o conflito mundial, embora ainda o envolvimento bélico sejam das forças da Otan e da Rússia, além de Ucrânia é claro que ainda não é membro da OTAN.

É possível a diplomacia atuar, sempre é possível mesmo a beira de uma guerra, o que se avizinha com bombardeiros na região de Donesk e Logansk é uma guerra civil interna, se tanto as tropas da Otan como da Rússia se envolverem os frágeis limites de pacificação podem rapidamente se romper.

A Rússia não se fechou a diplomacia, porém o comunicado de uma ação de reconhecimento é claramente um pedido de recuo para a Ucrânia, enquanto há acusações militares de ambas as partes.

Pode parecer que é um conflito local, mas lembremos como nasceram os conflitos da primeira e segunda guerra que eram por domínio em regiões limítrofes e que pareciam problemas apenas locais.

Serão com uma forte diplomacia nesta região que pode ser evitada uma escalada mundial.

 

Quadro de Covid-19 é indefinido no Brasil

21 fev

Enquanto seguem as apostas numa queda da Covid-19, enfatizamos que seria mais seguro pensar num segundo semestre em relação aos protocolos em especial de distanciamento, o quadro de mortes mostra uma indefinição neste mês (veja o gráfico), e o estudos sobre a nova variante ômicron BA.2 ainda estão no início, e a OMS investiga outras subvariantes, embora a BA.2 tenha apontado com a principal no aumento de novos casos, no estado de São Paulo já foram detectados 3 casos.

Ela está sendo chamada de “ômicron furtivo” (stealth) por conseguir escapar das vacinas, com gravidade menor, porém as subvariantes ainda estão sendo estudadas, tanto a gravidade (que por enquanto é menor, mas não deixa de ser letal), enquanto se observa neste mês de fevereiro a ômicron é dominante e um aumento dos da subvariante BA.2.

Enquanto a maioria dos estudos aponta para menor gravidade, cientistas do Japão das Universidade de Tóquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto apontam que a subvariatne pode ser mais agressiva que a original, porque afeta mais gravemente os pulmões, e já sabemos que este tem sido o fator mais grave, e por isto chamado de SARS-Covid (SARS, Síndrome Respiratória Agude Grave).

Em nossos círculos de relacionamentos todos os dias recebemos notícias de funcionários em trabalho presencial, professores e alunos infectados, como há pouca testagem muitos casos nem são contabilizados, pois há muitos casos assintomáticos.

Kei Sato, pesquisador da Universidade de Tóquio que conduziu o estudo, argumentou que o mais importante neste momento seria monitorar mais de perto e “estabelecer um método para detectar a BA.2 especificamente seria o primeiro passo” em muitos países, conforme já havíamos postado ter uma política de testagem neste caso “nova”.

Se olharmos os dados da Dinamarca onde os casos de BA.2 são muitos altos (dados do Our World in Data

Continuamos pedindo um protocolo mais claro, com distanciamento e política de evitar aglomerações, porém parece que por razões políticas isto foi abandonado.

 

A fome no mundo

09 fev

O relatório Welthungerhife mostra o mapa da fome no mundo, nele fica evidente a concentração na África onde estão os países mais pobres e também restos de um período de colonização (ainda há esta presença lá) que pouco de importou com a população.

Ali estão concentrados os países com mais baixa renda per capita, em dólares: Somália: $ 953, República Centro Africana $996, República do Congo $1203, Moçambique $ 1338, Niger: $ 1503, Malawi $ 1503, Libéria $ 1623 e Madagascar $ 1630, também há guerras por divisão de territórios, diamantes e extração de minérios:, como é o caso do minério de fosfato no qual estão envolvidos: a Espanha, Marrocos e Mali, mas também rebeldes do Saara Ocidental lutam por independência em território reivindicado por Marrocos.

A guerra que tem interesses econômicos e neocolonização por trás sempre estiveram presentes ali, a Somália é um exemplo típico disto pois levou o país a uma miséria ainda maior e a Pandemia fez a crise tornar mais alarmante.

Ainda não existem estudos conclusivos sobre o real impacto da pandemia neste território, um recente relatório denominado “O Estado de Insegurança Alimentar e Nutrição no mundo (SOFI) de 2021 trans alguns esforços de agências das Nações Unidas para mapear e traçar uma política e estima que um décimo da população global, avaliado em torno de 811 milhões de pessoas no mundo estão subalimentados neste período da Pandemia, o que mostra um quadro alarmante.

Uma guerra de proporções mundiais poderia agravar ainda mais este quadro, também políticas sanitárias mais igualitárias (uma distribuição de vacina proporcional ao número de habitantes, por exemplo) são medidas necessárias para evitar que além da pobreza o número de mortos continue a crescer no rescaldo da pandemia.

 

Pequena história da Ucrânia

08 fev

No século III a região foi habitada pelos godos (250-375), a região era chamada de Aujo, ali havia uma cultura cherniacove, os ostrogodos se estabeleceram em 350 com influência dos Hunos, ao norte havia um povo que tinha uma cultura de Quieve (depois mais tarde Kyiv ou Київ).

A origem da Ucrânia de hoje está em tribos eslavas que chegaram a este território nos séculos V e VI, no século IX chegaram invasores vikings, chamados variagi, os mongóis invadem em XIII, o rei Igor I com uma jovem adolescente variagi chamada Olga uniu os povos, este reino chamado Rus tinha como capital Kiev, o rei vai ser morto e Olga assume o poder com grande vigor e coragem, e domina os povos, Olga ocupará um papel especial e depois se converterá ao cristianismo com grande obra a favor dos pobres.

Olga é um capítulo a parte, depois de ser uma rainha forte e até certo ponto cruel com seus inimigos, o filho assume o reinado e ela se converte ao cristianismo, construiu igrejas, fez campanhas de evangelização, não conseguindo, porém, converter o filho Sviatoslav (Esvetoslau I), ajudou de tal forma os pobres e as pessoas doentes que se tornou uma santa reconhecida pela igreja ortodoxa no ano e pela igreja católica de rito bizantino, seu filho não se converteu, porém seu neto Vladimir I se converteu e também foi declarado santo.

Os variagi comandavam vários pontos estratégicos na Rússia e exploravam o transporte e o comércio, assim durante o século X e XI, o território da Ucrânia tornou-se centro de um estado poderoso e prestigioso na Europa, chamado na época de Rússia de Kiev (lembre era o reino de Rus) e também foram base para muitas nações eslavas subsequentes (como a Grande Bulgária e a Bielorussia, por exemplo), além dos próprios russos que eram então apenas tribos eslavas dispersas.

O estado foi conquistado por Casimirio IV da Polônia, enquanto o cerne da antiga Rússia de Quieve passaram ao controle do Grão-Ducado da Lituânia, mas o casamento do Grão-Duque Jagelão da Lituânia com a Rainha Edviges da Polônia, trocou o controle dos soberanos lituanos para a maior parte do território ucraniano e assim retornou a Ucrânia.

Damos um salto na história, que é também rica do período medieval, uma guerra civil que durou 4 anos depois da revolução russa (1917) em 1921 a Ucrânia se torna república socialista soviética, com expurgos e apropriações de terras que os agricultores ucranianos se recusavam a entregar, a Ucrânia é uma grande produtora de grãos.

O período stalinista e a ocupação nazista de seu território, que causaram mais de 10 milhões de mortos entre 1930 e 1945, a Ucrânia resistiu a coletivização russa e a invasão nazista, a Ucrânia no período soviético era responsável por ¼ da produção soviética no setor agrícola produzindo 40 milhões de cereais, um recorde para a época.

Por fim a problemática do território da Criméia, que tem origem na guerra de 1853 e 1856 onde houve um conflito entre a Rússia e uma aliança formada pela França-Reino Unido-Reino da Sardenha (hoje parte da Itália), em 2014 a guerra renasce com a tomada pela Rússia, seja esclarecido que havia um contrato entre a Ucrânia e a Rússia numa espécie de leasing para concessão do porto dos balcãs onde está a maior frota marítima da Rússia, em Sebastopol que era assim um território independente da Ucrânia.

Assim entre as análises mais absurdas, está aquela que diz que a Ucrânia seria inviável como estado independente, está fragilizada por uma guerra interna e sob pressão Russa.

 

Pandemia aumenta e países relaxam

07 fev

A notícia é da BBC em português diversos países (Reino Unido, França, Holanda, Dinamarca, Espanha, Áustria, Finlândia, Bélgica, Grécia e Suécia), cansados da alteração da rotina muitos países, ambientes e até mesmo sanitaristas relaxaram no controle porque o isolamento é de fato difícil, no Brasil o número de mortes voltou a casa de milhares.

A pressão na realidade é política e econômica, e as autoridades se virão sob pressão de reabrir a economia e com isto liberar ambientes de comércio e convívio social, porém o custo econômico também poderá ser grave com o número de pessoas que vão se afastar, mesmo que seja por casos menos graves, é visível em alguns setores, no caso do Brasil, que muitos funcionários contraem o Covid na variante Omicron, e neste caso devem se afastar por ao menos 10 dias, mas também aqui foi reduzido para 5 dias, ou seja, menor precaução e mais contágio.

Na terça-feira passada (1/2) a OMS declarou a preocupação com este relaxamento, mas os comissários e sanitaristas europeus se apressaram em dizer que o fim da pandemia está próximo, há pequenos sinais de que o pico (ainda estamos nele) possa atenuar, mas é cedo demais para inferir que podemos relaxar, o normal seria esperar a curva baixa (gráfico).

Segundo a Agência Brasil o brasil registrou 197.442 mil casos na sexta-feira e 1.308 mortes em 24 horas, isto totaliza 26.473.273 casos e 631.802 óbitos, pelo alto número é muito improvável que os casos sejam apenas de não vacinados ou de crianças.

A vacinação das crianças em sua grande maioria ainda é a primeira dose, e em muitos estados no dia de hoje já estarão de volta as aulas, podiam ao menos esperar um pouco, mas os países que retornam aos postos de trabalham precisam ter onde deixar os filhos, assim a motivação também é econômica e não de preocupação de fato com as crianças.

É muito provável que a Pandemia entre num ciclo de arrefecimento, talvez não desapareça completamente, porém os cuidados deveriam ser mantidos e não é o que se observa, a menos de alguns países asiático onde procura-se elevar a tolerância a zero, um exemplo são as restrições da olimpíada de Inverno e no mundo árabe, o Campeonato Mundial de Clubes disputado em Abu Dhabi que são notícia no mundo todo, basta fazer uma comparação das medidas lá e as medidas aqui.