Renascer das cinzas, mudar a mentalidade
O período da quaresma (quarenta dias descontando os documentos) ou 46 (contando os domingos, depende da data que cai a Páscoa é uma data renovada na igreja primitiva cristã que relembrava e dava continuidade a Páscoa judaica (Pessach), que é passagem ou libertação.
Não caem na mesma data, algumas vezes coincidem porque o ano judaico tem um controle de datas diferente, não assumindo o calendário cristão.
Então primeiro se marca a Páscoa, depois o seu início que é a quarta-feira de cinzas, e então o carnaval que deveria terminar neste dia (na Bahia continua alguns dias mais).
É para os cristãos, em especial, os católicos e anglicanos (as datas não coincidem com os ortodoxos) um período de conversão, mas para o mundo laico poderíamos propor uma mudança de mentalidade, e assim ajudaria também os cristãos a entenderem que eles não estão num mundo a parte, líquido é verdade porque a modernidade está se derretendo, e o importante é lembrar isto que tudo é perecível, talvez algum dia o próprio universo, que já nasceu um dia, no Big-Bang.
Lembrar que tudo é perecível nos remete ao essencial, na vida pessoal, social e também na política, muitos políticos se imaginam eterno e por isto não pensam no futuro, grandes países e civilizações foram grandes porque pensaram no futuro e não apenas nesta geração.
A proposta de olhar “nossa morada” em campanha ecumênica (diversas igrejas participam) é também a “casa comum” de todos co-habitantes do planeta, que temos pelo menos uma coisa em comum: todos habitamos o mesmo planeta neste tempo presente.