Retórica, Diálogo e o Tu
Retórica, segundo Aristóteles, é a arte de descobrir, em cada caso particular, os meios disponíveis de persuasão, mas ele não previa os atuais meios de comunicação.
A persuasão pode ocorrer de maneira pacífica (verbalmente) ou até mesmo de maneira quase coercitiva (com o uso de graves ameaças e/ou uso de violência), mas quase todos que comentam este “meio” admitem que em muitos casos, alguém é considerar “superior” e o outro “inferior”, claro o que deve ser persuadido.
Na área jurídica, aparece o termo coação, que a pode colocar nos limites da lei: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Diz o artigo 146 do Código penal Brasileiro.
Nos termos da filosofia contemporânea aparece a dialogia, uma maneira real de fazer de fato o diálogo considerando a presença de um Tu, do discurso que não é o nosso, da tolerância de crenças e da escuta respeitosa das considerações deste Outro.
Um dos filósofos mais profundos na dialogia foi Martin Buber (1878-1965) que além de filósofo, foi também jornalista e pedagogo, sendo judeu também foi respeitável teólogo, sua obra mais densa “Eu e Tu”, fala da dialogia.
Afirma neste livro: “A ontologia da relação será o fundamento para uma antropologia que se encaminha para uma ética do inter-humano. Diz-se então que o homem é um ente de relação ou que a relação lhe é essencial ou fundamento de sua existência.” (p. 29)
Para Buber, o Eu se torna Eu em virtude do Tu.
Afirmava: “Eu-Isso é proferido pelo Eu como sujeito de experiência e utilização de alguma coisa. A inteligência, o conhecimento conceitual que analise um dado ou um objeto é posterior à intuição do ser. O Eu de Eu-Isso usa a palavra para conhecer o mundo, para impor-se diante dele, ordená-lo, estruturá-lo, vencê-lo, transformá-lo. Este mundo nada mais é que objeto de uso e experiência.” (p. 33)