O homem insuflado
Sloterdijk a partir da página 29 até a 51 fará uma exposição detalhada sobre sua interpretação do Genesis bíblico até o sexto dia da criação, começando com uma situação de Santo Agostinho, que curiosamente lhe dá a definição de imunologia:
Não são vasos que de vós estão cheios que vos fazem
Firme e estável; porque, se eles se quebrarem, nem por
Isso vos derramareis, e mesmo quando vos derramais
Sobre nós não permaneceis caído no chão, antes nos reunis a vós.
Op. Cit. Santo Agostinho, Confissões, I, iii
Passará na página 31 pela passagem igualmente importante que é “um acontecimento que, no relato do Gênesis, aparece em duas versões: uma no ato final do trabalho dos seis dias, que não menciona, entretanto, a cena da insuflação, e outra vez como primeiro ato de toda a criação posterior, só que agora com expresso destaque para a criação através do sopro e com a característica distinção entre a modelagem da argila, numa primeira etapa, e o sopro, na segunda.” (Sloterdijk, 2016, pag. 32)
E após citar novamente o texto bíblico do genesis: “… insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um vivente” (pag. 33) dá a sua visão adâmica: “Adão permaneceria um curioso artefato de argila; não passaria de uma instalaão arbitrária sobre a terra desguarnecida” (idem).
Após longas passagens com interpretações bíblicas curiosas, como a que fala na página 50 de vocação, com uma inspiração, termo que igualmente é importante no texto, a qual afirma que: “animadas ou sorvidas por lembranças e regressões misgteriosas, elas mantém sob sua guarda imagens submersas de uma comunidade inspiracional proto-histórica, a da alma dupla ao sexto dia da Criação.”
Inaugura em seguida novo trecho da introdução que vai delimitar sua “esferologia”: “toda história é a história das relações de animações”.
Uma das imagens mais inspiradores deste trecho são as figuras de argila em tamanho natural, no jazigo do primeiro imperador da China Quin (259-210 a.C.), mas tomei outra imagem.