Crise brasileira: o pensamento liberal e o reformista
Sim o reformista, porque se há um pensamento revolucionário, ou seja, uma mudança radical de sistema, a saída da elite corrupta do poder e mudanças estruturais na sociedade brasileira, não sei aonde está, e não tem nada a ver com o: hay governo que não é amigo, soy contra.
A lógica perversa da crise estrutural e também conjuntural brasileira é que nem uma nem outra é analisada, o modelo basicamente ligado ao agronegócio e indústria automobilista é falido a muito tempo, as reservas de petróleo feitas a um custo altíssimo ainda não atraem os investidores necessários, a erradicação da pobreza é pífia, ainda que hajam propagandas do tipo: a nova classe média, etc.
Mas a análise mais mentirosa é a conjuntural, por exemplo, o consumo internacional diminuiu sensivelmente o que significa menos demanda e menos exportação, a China que cresce mesmo em meio a crise, reduziu suas compras em quase 40%, entre janeiro de 2014 e 2015, o que pode ser verificado por nota Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Temos um parque industrial cada vez mais desnacionalizado, uma vez mais, pela centralidade concedida à produção e à exportação de bens primários e aos investidores externos, com o Brasil pagando a fatura.
Se olharmos os setores com maior queda no emprego, o gráfico acima mostra que é a indústria de processamento e a construção civil, ou seja, pouco a ver com o que vem de fora.
Pode-se observar em diversas matérias jornalísticas, que praticamente 50% da pauta de exportações giram em torno de petróleo bruto, minério de ferro, soja, açúcar e café, ou seja, vendemos o produto sem agregar valor, e os mesmo muitas vezes retornam ao país já com a devida industrialização, não há nenhuma nota sobre este assunto, aliás achei uma publicada no Diário da Liberdade, isto é, num jornal pouco conhecido.
Não há reformas profundas que ataquem os problemas sociais, educacionais, econômicos e políticos (reforma política como quem ? com os envolvidos na Lava Jato?), que poderiam resultar em mudanças estruturais numa cidade que fica na dependência do agronegócio e das velhas elites coronelistas, sem mudar a estrutura, a mudança política não acontecerá.
Do equívoco pré-eleitoral de dizer que não havia crise, ao pós-eleitoral de pedir “sacrifícios” ao povo sem nenhuma contrapartida, cresce uma direita oportunista e aventureira que diz a pós- verdade “não temos nada a ver com a política”, ora bolas … são os filhos bastardos dela.