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America do Sul e Agenda pós-2015

11 jul

Quando a ONU organizou a sua Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, parecia que as organizações da sociedade civil caminhavam para uma concentração maior em assuntos da pobreza e da fome, nos aspectos urbanísticos e na educação, no desarmamento nuclear e no empoderamento da mulher, outros assuntos relacionados com a pessoa, a luta por maiores regalias e poderes, a volta do nacionalismo caminhou em sentido contrário.
Afirmava o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em setembro de 2014> “nosso mundo precisa de mais energia eólica e solar. Mas creio em uma fonte de energia ainda mais forte, o poder das pessoas”, o caminho parecia seguro e não era, pode-se agora avaliar o erro.
Os números anteriores a reviravolta conservadora eram na América Latina ainda “muito desiguais”, afirmava Eduardo Frei que o Chile que governou de 1994-2000, com várias iniciativas que promoveram a democracia e a justiça social, tinha reduzido a pobreza de 38,6% para 7,8% da população, e a pobreza extrema de 13% para 2,5%, mas em 2015 a América Latina tinha outro perfil, apesar do crescimento do PIB de 2015 a 2018 (foto acima).
Era ainda uma região “mais desigual” do que outra, dos seus 600 milhões de habitantes ainda 167 milhões viviam na pobreza e 71 milhões na extrema pobreza, este contraste revela um fosso social perigoso e profundo, segundo afirmou o próprio Frei em 2015.
Com vistas ao futuro, Frei afirma que a luta contra a pobreza e as desigualdades exigiam junto ao esforço de sustentabilidade outro esforço de fundamento ético, e nessa encruzilhada, seria hora dos governos darem um maior impulso ao “movimento moral” que não aconteceu.
Juan Somavía, ex-diretor da Organização Internacional do Trabalho, disse na elaboração da agenda pós-2015 que uma boa base para negociações seria: “o documento reflete uma visão extremamente ambiciosa, com suas 17 metas e 69 indicadores centrados no conceito de desenvolvimento sustentável focado nas pessoas e na erradicação da pobreza”, afirmando que o apoio político da ONU era fundamental.
No 20º. aniversário da CMDS (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável), Oh Joon, o vice-presidente do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), afirmou que o problema da erradicação da pobreza foi incorporado aos objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), adotados em 2000, mas os outros dois: o emprego produtivo e a integração social, foram excluídos, e não é mera coincidência.
E integração social é um conceito mais amplo quando pensamos em uma cidadania global.

 

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