Humildade e Autoridade
O estereótipo que Nietzsche cria sobre a moral contemporânea estabelecendo a diferença entre a dos escravos/rebanho (que é a da bondade, humildade e piedade) e a dos senhores que é a da alegria, inventividade e da vida, pode parecer exagerada mas é ela que o idealismo criou, e foi fortalecida pelos estatutos do Estado, do Indivíduo e do cientificismo reducionista.
O filósofo Kant do idealismo proclamou duas ideias sobre a humildade, a primeira sobre a humildade moral que “é o sentimento de pequenez do nosso valor, comparado com a lei” e a segunda que é “a pretensão de, por meio da renúncia, adquirir algum valor moral, valor moral oculto”, com um pouco de análise fica claro que é uma falsa humildade, usada para o poder.
É possível estabelecer uma relação justa da autoridade com a humildade, embora não seja simples esta relação, ela é possível quando feita como serviço, desprendimento e potencialidade para que possa exercer, assim não é uma humildade piegas, já que é preciso ter consciência de autoridade.
O exemplo bíblico é muito ilustrativo para isto, a autoridade de Jesus perante o povo e os discípulos jamais foi feita como estrutura de poder, mas com a autoridade de quem sabe o valor e o “potencial” que tem para exercê-la, porém ao pedir para ser batizado por João Batista e ao lavar os pés dos apóstolos exerceu uma humildade da verdadeira autoridade.
A sociedade contemporânea precisa menos autoritarismo e mais autoridade com humildade.