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A crise cultural e espiritual

23 jan

A modernidade dividiu em objetivismo e subjetivismo questões que no homem são inseparáveis, a primeira porque devemos ter relações concretas com os objetos mesmo aqueles que são intangíveis, o objeto de uma forma de pensamento é também subjetivo, assim como o que pensamos sobre um objeto concreto, sendo pensamento é subjetivo.
O problema fundamental é que toda forma de pensamento deve estabelecer claramente o que se pensa sobre aquele objeto e é aceito como um conhecimento estabelecido, uma episteme e não uma mera opinião (a doxa dos gegos) e o que é possível pensar de novo, eis o epicentro da crise atual.
Não se sabe ao certo o que é o pensamento estabelecido sobre determinado objeto, ou seja a tradição epistêmica sobre ele, e nem se sabe qual é de fato as novas possibilidades de pensar sobre ele, eis a crise de um modo geral, assim qualquer tentativa de dar um tom espiritual ou meditativo sobre um assunto, surge apenas como mera fuga da realidade e não tem nada de novo.
Mudar as bases do pensamento nem é atitude voluntária, vamos mudar porque não está bom, nem é atitude orto-doxa, criando uma palavra para o diálogo epistêmico devia ser uma orto-episteme, isto é uma relação com a tradição, mas que possibilite mudança, enfim o novo.
No aspecto espiritual isto significa conhecer o que se fez até hoje como religação e relação com aquilo que é além do natural, o sobre-natural e aquilo que a realidade contemporânea existe, uma relação concreta (erroneamente chamada de subjetiva, pois é espiritual) com as necessidades e o próprio pensamento contemporâneo com exigências de mudanças.
Não há nada de novo nem no pragmatismo realista nem na “fuga” espiritual, não produz nem ação nem contemplação verdadeiras.

 

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