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O vírus e suas lições

18 mar

De repente a sociedade que não podia parar, a “sociedade do cansaço” do ritmo alucinante, dos espetáculos diários, tem que retomar uma visão que já não conhece mais, parar ou ao menos diminuir o ritmo, ficar em casa, conviver com os familiares que são quase estranhos.
O fato é que o universo, a natureza e nela a natureza humana tem suas leis, e estas podem ser além de um Big Bang, podemos estar dentro de uma bolha e cujas leis vem de “fora” dela.
Vi uma hashtag disparar e me surpreendi primeiro, mas depois fui aos poucos entendendo, principalmente jovens usavam #stayfuckatHome como resposta a “StayAtHome, claro não é fácil para quem nunca teve este hábito cultivado, agora ter que enfrentá-lo.
Não consegui com as ferramentas mensurar ambas as hashtags, mas o universo conspira e nos leva a parar e a ficar em casa, pois eventos são cancelados, não há o que fazer na rua, mesmo o comércio dá seus sinais de parada, e é claro que continuam a pensar no lado econômico.
Bom devemos salvar a economia, mesmo que isto signifique uma rápida explosão de um vírus, enfim o universo deu sua lição, não é a economia que vive para o homem, mas o homem que vive para que haja economia, e se ela tem suas próprias leis, que elas não contrariem a natureza e o homem, parece que temos um cheque mate.
As lições para o universo online são duplas, por um lado o presencial retoma um curso que nunca deveria ter saído, o mundo relacional presencial e os círculos fraternais e de outro a necessidade de relações que são públicas ou privadas terem ferramentas online adequadas.
O conflito existe nas duas pontas, nem fazemos as relações presenciais satisfatórias, são fugidias, autoritárias ou o que é pior indiferentes, e nem sabemos como nos comportar no mundo online (o virtual existe antes da internet e do universo digital), e sempre os que criticam usam mal e não compreendem a “lógica” deste universo que pede relações diferentes das presenciais.
Agora temos que marcar reuniões online, usar chats e vídeos e finalmente iremos além da pregação religiosa e ideológica para relações não-presenciais que sejam de fato “relação”, por que virtual vem do latim “virtus” que é parecido a “potencial” quer dizer devemos “cultivar” o virtual para se tornar de fato relação real (virtude vem de virtus), o presencial não garante a “relação”.
A grande lição, haverá muitas outras, é que devemos compartilhar e codividir responsabilidades para superar a crise pandêmica, que já é social e econômica, e depende da atitude de cada um.

 

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