Dificuldades e paz possível
Na manhã do domingo Israel voltou a bombardear o norte da faixa de Gaza, matando 8 pessoas, devido o atraso na entrega da lista de reféns, o Hamas admitiu o atraso “por razões técnicas” mas ratificou o acordo, e emitiu a nota: “Como parte do acordo de troca de prisioneiros, decidimos libertar hoje: Romi Gonen, 24 anos, Emily Damari, 28 anos, e Doron Shtanbar Khair, 31 anos”, disse Abu Obeida, disse o porta-voz do Hamas.
Mais tarde houve a libertação, em comunicado o exercito de Israel declarou: “As três reféns libertadas serão acompanhadas pelas forças especiais das FDI (exército) e pelas forças do ISA (segurança) em seu retorno ao território israelense, onde passarão por uma avaliação médica inicial”, ficaram 471 dias no cativeiro.
Os reféns foram entregues a Cruz Vermelha (foto) e encaminhados para Israel, ainda haverão mais duas etapas até que o acordo seja cumprido, segundo vários especialistas (como Rubens de Siqueira Duarte, professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército) é um passo importante, mas a paz é ainda incerta.
As etapas são importantes porque o caminho da desconfiança (histórica) deve ser ultrapassado com cuidado e mostrando boa vontade de ambas partes, agora espera-se os prisioneiros que são militantes do Hamas serem soltos.
No outro front perigoso no leste europeu, a posse de Trump no dia de hoje, o cansaço da guerra que já está presente de ambos os lados, podem apressar um cessar-fogo, lá as forças envolvidas podem mostrar-se mais resistentes, porque envolvem questões territoriais difíceis de serem negociadas (a Rússia já domina 30% do território ucraniano, que tem apenas a região de Kursk tomada dos russos).
Acredita-se que Trump deverá deixar de dar apoio à Ucrânia e então seria forçada, na sua lógica nacionalista de que devem se envolver em questões “a América primeiro”, porém as ameaças à Groenlândia e ao Canadá são inaceitáveis para a paz mundial.
Qualquer acordo deve também, como no caso Hamas/Israel, ter concessões bilaterais.
A paz é desejável, o cessar foto é um passo, porém para ser duradoura deve ter aspectos fundamentais de direitos dos povos e condições humanitárias respeitadas.