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Arquivo para novembro 30th, 2012

Mais sobre Bauman, o sujeito e as redes

30 nov

Sobre Bauman afirmamos que o mal-estar atravessa a pessoa humana, isto porque a relação do sujeito com seus bens e com as pessoas que convive, isto é, com os objetos e pessoas que dão sentido e prazer de viver ao ser.

Neste sentido não podemos deixar de pensar nos processo de fantasias, no imaginário e até na religiosidade das pessoas sua volta, mas sem perder a capacidade de reflexão e crítica além de manter a velocidade e a mobilidade inerentes à comunicação e cultura modernas, vistas por muitos autores como “superficial”, “alinenante”, “cultura light”, “geração superficial” e outras rotulações pouco apropriadas e profundas.

Esta fantasia pode fornecer ao sujeito alguma segurança em uma época tão insegura, devolver-lhe a capacidade de pensar, sonhar, refletir, criticar e ser feliz, principalmente.

Mas este sentido da fantasia pode ser ideológico não no sentido de que nos impessa a ver o todo do real de nossa época, mas que elimine a parcialidade e o sectarismo tão presentes nestas relações.

Queremos expressar nossa opinião sobre a busca do real, nesses tempos de virtualidade, isto significa um bom questionamento da fantasia e da magia, com a tentativa de compreender o sentido de crítica ao capitalismo.

O sujeito tenta preencher seu desejo, todavia, o desejo é por definição não-preenchível, por isto vai buscar no imaginário e na relação com outro e então pode encontrar o que deseja, na “relação”. Neste contexto os bens e o dinheiro principalmente não podem ocupar o lugar do Outro, para poder retornar para si o papel daquele que preenche os desejos humanos e que pode encontrar um lugar de “relação”, de “dádiva” justamente com o Outro.

Que é esse Ser e este sujeito, fazendo uma analogia assimétrica ao Homem Vitruviano, podemos compô-lo em oito dimensões: Original (antropológica e histórica), Intencional (livre arbítrio e subjetivo),Corporal (biológica e genética), íntima (afetiva e familiar), Cultural (raças, credos e sociais), Interioridade (condicionamentos, necessidades e desejos), Material (sócio-econômico e circunstancial) e Espiritual (crenças, condicionamentos sociais e/ou políticos).

Concluímos que existe uma ligação entre o desejo e a subjetividade do sujeito com o Outro, aspecto negado em muitas filosofias e posturas atuais, e cuja dificuldade encontrada na relação do sujeito com o real pode ser tratada tanto no sentido ideológico tradicional, como através do fetichismo da relação de pessoas e com os objetos, aí sim alienantes.