RSS
 

Arquivo para setembro 9th, 2024

A crise do pensamento e a guerra

09 set

O cenário do envolvimento mundial nas guerras é um cenário difícil, é preciso entender o que está por trás, antes tempos um confronto cotidiano entre mentes, almas e interesses econômicos que se digladiam diariamente.

Refletem a crise do pensamento contemporâneo que não é apenas filosófica, religiosa ou política, ela e uma perda de fundamentos do que é o humano, a natureza e a própria ciência.

A visão de Sloterdijk expressa em sua esferologia no volume I Bolhas, ele mostra que o tanto o fenómeno onto como antropológico são mais essenciais que a a relação entre sujeito e objeto, pois precedem a ela a experiência espacial do Ser-em (ainda que não seja exatamente o que Heideger chamou de In-Sein), esta é a principal crítica ao idealismo contemporâneo.

No campo religioso (e pode-se estender ao pensamento), o ensaísta Byung-Chul Han, reflete que o “pathos da ação, bloqueia o acesso à religião. A ação não faz parte da experiência religiosa.” (Vita Contemplativa de Byung Chul Han, pg. 154), assim a religião também está em “guerra” cotidiana que leva no extremo a guerra militar.

O ódio que chegou ao Irã e seus grupos aliados e a Israel estão vinculados a esta ideia, e também o fundamentalismo que é diferente da ortodoxia, levam aos extremos da guerra.

Enquanto a ortodoxia proclama o amor e o vínculo ao próximo, a ação leva a guerra e a destruição do diferente, nada é tolerado que não seja semelhante ao “modelo” do ideal ou da ideologia que dele derivou, as ditaduras e opressores proliferam pelo planeta.

A preparação do Irã e de Israel para uma guerra total sem intermediários, e da Otan com a Rússia estão cada vez mais próximas, claro sempre é possível um bom senso e saber que todos perderão, mas a lógica da guerra é sempre alguém perderá mais, e isto constitui a vitória.

A aproximação da Rússia de Kharkiv e a entrada da Ucrânia em território russo demonstra que a guerra é de conquista e assim reduzem a possibilidade de um acordo de paz.

Sempre é possível a esperança e nela consiste a resistência do espírito e o desejo de paz.