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Ontologia: entre a tradição e a inovação

31 jan

Nos três capítulos finais do livro Introdução à ontologia,NovoAntigoFoto de Malfada F. Blanc que estamos lendo ela desenvolve as três dimensões complementares a fenomenologia do ser, a hermenêutica, a poiética e a metafísica.

 

Devo destacar um tópico especial, que é aquele dedicado a poiética humana, das páginas 94 a 113, que no seu tópico final discorre sobre o fazer da história: entre a tradição e a inovação.

 

Neste trecho a autora faz notar uma “certa visão negativa da moderna sociedade de massas”, com certa influência de Max Weber, que “impediram-no de explorar as virtualidades existenciais e metafísicas da intersubjetividade” (pag. 113).

 

Recupera neste contexto as leituras de Martin Buber: “numa atitude de apropriação e não numa dinâmica de participação e doação, que o ser-aí colhe nos outros – no mundo comum da história – possibilidades de ser, sem nunca verdadeiramente por eles se deixar transcender e significar” (pag. 114).

 

Vai sublinhar Claude Bruaire, “se a verdade da pessoa é ek-sistir a partir de e num dom contínuo de ser, não sendo fundamento de si mesma, então a sua liberdade só poderá consistir num poder de anuir ou recusar o movimento da liberalidade, que funda e atravessa espiritualmente” (pag. 114) citando esta autora.

 

E recupera os conceitos de Nédoncelle, que afirma “se o amor é uma promoção mútua de consciências na reciprocidade do dom, … ele não se efetiva porém, sem as dimensões do moral, do social e do histórico” (pag. 115)

 

Então saindo do âmbito do discurso apenas filosóficas, afirmará “a sua realização dialógica não ocorrem fora do âmbito da sociedade mas nela e por ela”, mostrando o dinamismo da ipseidade, apontando para a leitura de Xavier Zubiri sobre a Estrutura dinâmica da realidade.

 

Assim sublinha que o homem caminha e progride fazendo história, no risco partilhado de se tornar pessoa e comunidade (pag. 116).

 

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