Compartilhando recursos comuns
A incompreensão das vantagens e de uma nova ação política coletiva, leva a muitas instituições e ações humanitárias coletivas a um cooperativismo pouco fértil e ao assistencialismo puro e simples, sem compreender de fato os ganhos que uma ação coletiva pode obter, sendo sustentável, em escala e podendo trazer benefícios sociais muito promissores.
A tese básica da “ação coletiva” foi lançada no livro de Mancur Olson ( A Lógica da Ação Coletiva. São Paulo: EDUSP, 1999), cuja tese central é “mesmo que todos os indivíduos de um grupo grande sejam racionais e centrados em seus próprios interesses, e que saiam ganhando se, como grupo, agirem para atingir seus objetivos comuns, ainda assim eles não agirão voluntariamente para promover esses interesses comuns e grupais” (Olson, 1999, p. 14).
Tese parecida é a de Elinor Ostrom, primeira mulher prêmio Nobel de Economia (2009), no livro (Governing the Commons, Cambridge Univ. Press, 1990) onde desmente o raciocínio da Tragedy of Commons (HARDIN, Garrett, Science, v. 162, p. 1243-1248 , 1968), que indica que a propriedade privada é o único meio de proteger os recursos comuns (água, ar, florestas, etc.) da ruína e do esgotamento. Ostrom desmentiu em sua teoria econômica isto, e desenvolveu a teoria como as comunidades cooperam para compartilhar unidades de recursos para compartilhamento e o uso, o que significa na esfera pública e para o futuro do planeta.
Ostrom demonstrou a eficácia com dados documentados em diversos exemplos eficazes semelhantes de “governar os comuns” em sua pesquisa no Quênia, Guatemala, Nepal, Turquia e Los Angeles.