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A minha esquerda e as redes

28 out

AminhaEsquerdaO livro de Edgar Morin reúne 23 textos esparsos mas reveladores, alguns inéditos, outros que complementam o livro deste extraordinário filósofo que chamou de Terra-Pátria o mundo atual, eu encontro reflexões fundamentais para nosso tempo e em especial para o nosso país.

Entre tantos pensamentos profundos, encontro um essencial na página 16: “Uma componente invisível da policrise é a crise do pensamento”, Morin chama de policrise: as crises interdependentes da economia, da civilização ocidental, das civilizações tradicionais, do desenvolvimento, estamos tratando com placebos o câncer de uma sociedade em decadência.

Esta crise que pode ser chamada de crise cultural, em especial do ocidente é claramente evocada por Morin: “É preciso efetivamente conceber a ambivalência do desenvolvimento mundializado. Ele introduz progressos materiais em todos os domínios, mas provoca desenvolvimentos espirituais e morais” (Morin, A minha esquerda, p. 16).

Ele está convencido que podemos nos beneficiar das “virtudes da sociedade do conhecimento”, “mas que é de fato uma sociedade de conhecimentos dispersos e compartimentalizados, cuja dispersão e compartimentalização impedem a religação desses conhecimentos a fim de se considerar os problemas fundamentais e globais de nosso século”.

Morin que lutou na resistência francesa contra o nazismo, que é um nome mundial do pensamento progressista, condena o pensamento do que chama de “esquerda ressentida” e “esquerda caviar”, desconhece os desafios gigantescos a que somos chamados no nosso tempo, afirma Morin: “A política é simultaneamente muito sobrecarregada de problemas e exaurida de pensamento”, aqui e em todo o mundo, somos pessoas pensando um mundo pequeno a nossa volta, no “partido” que torcemos e não nos grandes problemas sociais e nacionais, quando muito em alguma pequena esmola que cale a boca dos famintos.

Mundializar é para Morin “favorecer as cooperações econômicas, sociais, culturais, tudo o que caminha no sentido da unidade solidária da humanidade”, o resto é torcida de futebol.

 

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