RSS
 

O estado e a emancipação líquida

09 fev

IluminismoPara Bauman, como era já para os iluministas, o projeto moderno sólido seria o projeto de controle do mundo pela razão para tornar o mundo o melhor dos mundos possíveis,” através do ordenamento racional e técnico (e ele condena a tecnologia atual!).

Assim o Estado, através de um projeto sólido: forneceria os critérios para avaliar a realidade do dia contemporânea dividindo a população em seres como se fossem plantas úteis a serem estimuladas e cuidadosamente cultivadas e ervas daninhas a serem removidas ou arrancadas.” (BAUMAN, 1999, p.29)

Bauman, concebe a modernidade sólida como plano de controle estatal e científico, valorizando, assim, instituições sociais e políticas.

Trabalha ainda com outra categoria que é a ambivalência, ou sua eliminação, tudo deveria ser conhecido e categorizado para então ser controlado, assim tudo que permanecesse duplo, confuso e “em cima do muro deveria ser eliminado, ora mas esta ambivalência está presente em Kant na superação de sujeito e objeto, e seu uso no imperativo categórico.

Depois de identificar consequências verdadeiras da modernidade, a concentração de capitais e a manipulação do consumo, ele vê nisso apenas o fato que o Estado vem sofrendo um definhamento, ou seja, existe uma forte tendência à eliminação do Estado-Nação.

Sente saudade da soberania do Estado, que tem de abrir mão do seu controle para privilegiar a nova ordem mundial.

Por último vê nisto que este novo Estado que surge seria uma máquina dependente dos processos produtivos, quando não foi ?

Esta circunstância leva ao que o autor chama de nova desordem mundial, e quando não foi, o que dizer das duas guerras de onde Lyotard viu a pós-modernidade ? Cultura rasa.

Em Bauman não há nenhuma mudança paradigmática de fundo, só reelabora os conceitos iluministas tais como: identidade nacional, partidos, história nacional e modernização.

Consciência líquida de uma modernidade que sempre foi líquida.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. 1ª ed. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed., 1999.

 

Comentários estão fechados.