Retornando às raízes do Brasil
Há ou havia alguns intelectuais quase numa espécie de religião, que acreditavam que o discurso sobre as origens patrimoniais e os “estamentos” corruptos, havia se esgotado e não tem se comprovado na medida em que o modelo de “coalisão” ou cooptação se esgotou.
Sérgio Buarque de Holanda é um ponto inaugural neste discurso em Raízes do Brasil, com influencias de Max Weber fez uma análise desta estrutura na vida brasileira, e que uma simples leitura pode atestar como importante para a compreensão do Brasil.
Um dos pontos já destacados em outro post nosso, é o esclarecimento desta característica patrimonial do Brasil: “ eles se caracterizam justamente pelo que separa o funcionário ‘patrimonial’, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático … “ (Holanda, 1933, pag. 175) e isto continua bastante atual.
Sérgio Buarque de Holanda foi bastante influenciado pelo Modernismo de 1922, mas após uma crise existencial se tornará em 1929 correspondente internacional de O Jornal, para as agências Havas e United Press em Berlim, de onde com certeza sofreu influencias, mas é um exagero de alguns analistas torna-se um “idealista” a moda alemã, claro houve influencias de Max Weber, mas também de Goethe, de Schiller, de Herder e de Wilhelm Dilthey.
O traço de influência do Modernismo é importante para nossa análise, uma vez que sua obra é posterior a este período e junto com Casa Grande e Senzala de Gylberto Freire e Formação do Brasil Contemporâneo (1942) compõem três obras obrigatórias, passados vários anos é claro que existem críticas, mas são obras fundamentais para compreender o Brasil de hoje.
O objetivo é no próximo passo analisar a Semana de 22, mas vendo um dos seus frutos.