Leibniz e a ética
Dentro nossos temas no campo da filosofia estamos agora conversando sobre a ética, pois acreditamos que o vocábulo pode dar razão ao que nos une como seres humanos.
Sem a ética talvez seja impossível pensar num projeto humano planetário, assim como pensar no futuro, de maneira razoável a todos, e não apenas as camadas e nações poderosas.
Leibniz é complexo, segundo a pesquisadora portuguesa Olga Pombo, boa parte de seu pensamento está em suas cartas que são inúmeras, e para desenvolver o que é a ética na filosofia do Leibniz, é como um sistema, partamos de um princípio que ele como muitos seus contemporâneos diziam “Eu chamo máxima” aquilo que contém a própria complexidade que através do livre arbítrio, nos permite escolhe o melhor de todos os mundos possíveis, conceito ironizado na época por Voltaire, porém hoje pode ser útil.
De um cenário caótico da política e economia brasileiras, qual é o melhor dos mundos: a democracia, o equilíbrio nas contas governamentais, o fim da corrupção e o diálogo.
Leibniz toma a substância como Espinoza, mas cria uma substância inicial e una, a mônada, onde encontramos uma relação com o poder e a ética, e qualquer ordem que não leve em conta a maioria e as singularidades não é una.
Na verdade, observou-se que a ética da máxima e o pensamento de Leibniz é uma filosofia do singular, como uma linha fina, com detalhes as vezes difíceis de comprender, mas já havia em seu projeto pontos futuros a este respeito, onde a alteridade (o Outro) já era a diversidade que prometia ser a incubadora da possibilidade de mais vida e um mundo onde um projeto humano é possível.
Também há um lugar essencial na sua teoria da complexidade, o que para ele eram aqueles em que as múltiplas variáveis vivem e interagem de várias maneiras apresentando o fenômeno curioso e surpreendente da auto-organização, hoje um assunto de ponta.
David Ruelle, físico belga contemporâneo, escreveu em Acaso e Caos (UNESP, 1993): “Permitindo que o nosso livre arbítrio seja uma noção cheia de sentido do que é a complexidade do universo, ou mais precisamente, a nossa própria complexidade.”
Em sua Monadologia, escreveu Leibniz: ““Todas (as monadas) vão confusamente ao infinito, ao todo; porém estão limitadas e distintas pelos graus das percepções distintas”, Voltaire o via como um provinciano, a luz das teorias de hoje, é Voltaire quem seria um provinciano.