A natureza e o homem separados
O final da idade média, o período pensado como renascença é um período visto como um bloco, mas pode ser separados em dois: auge e decadência, para os que são críticos do idealismo a decadência tem início na renascença.
Na origem está o problema de realistas e nominalistas, ou dito de forma moderna, entre a physis e a meta-physis, autores modernos como Gilson e Edgar Morin entraram na questão.
No início da modernidade Espinosa e Leibni enfrentaram o problema de modo diferente., olhando para a humanidade integrada a natureza em todo da questão da substância, também não abandonaram totalmente a metafísica medieval, mas reformularam.
Para Espinosa, a existência de toda e qualquer coisa expressa apenas o poder de existir que pertence à sua natureza, dito por ele da seguinte forma “a existência de substância resulta apenas da sua natureza, porque isso implica existência” (ESPINOSA apud GILSON, 2002, p.75).
Tanto a natureza natural como a natureza humana (como complexificação do natural) podem assim ser entendida, a natureza e homem natural, como a própria existência, tal qual deriva a physis em Morin, onde na natureza podem encontrar a própria noção de existência.
Gilson nos diz ainda sobre a ideia de natureza em Espinosa que, “tal como o círculo quadrado não pode existir porque a sua essência é contraditória, Deus não pode não existir…” (ESPINOSA apud GILSON, 2002, p.75), pois Deus ou o ser absolutamente infinito existe absolutamente, entretanto, um Deus que “existe e age meramente a partir da necessidade de sua natureza” (ESPINOSA apud GILSON, 2002, p.75) pode ser entendido como a própria natureza.
Retornaremos ao assunto no próximo post, para falar da substância e do homem visto como substância, a própria “transubstanciação” de um Deus, como significado do Corpus divino.