Farisaísmo e corrupção
Me perdoem os judeus se uso este nome da história bíblica, mas é a melhor metáfora para explicar o que acontece no país, e nela incluo religiosos de todos os matizes que se aliam as forças institucionalizadas que criaram a adoração ao deus “Estado” para auferir lucros.
A metáfora é importante porque além da lei escrita, que eles em geral conhecem bem como um tal sr. Cunha, acreditam também na lei oral, aquela transmitida de geração em geração em meio a bajulação do poder e a traição dos eleitores que votam acreditaram em “promessas”.
Enquanto operações policiais combatem a ferinha da madrugada, removem ambulantes, retiram mendigos das ruas e anunciam o combate a pirataria dizendo que há enormes evasão de divisas neste comércio ilícito, um juiz do Espirito Santo solta contraventores, corruptos são defendidos até em manifestações públicas e querem nos convencer que SOMOS CORRUPTOS.
Há diferença entre um pai que precisa ir para ilegalidade para defender o mínimo para sua família, e que inclusive gostaria de estar na legalidade, de gente que vivem de falcatruas, contratos combinados em licitações (não por acaso a mesma raiz de ilícito) e operações sem fim de combate aos verdadeiros bandidos que nos roubaram até a dignidade de ser cidadão.
O discurso de somos todos corruptos, isto é natural, eu perdoo este mar de lama foi até necessário (por incrível que pareça já ouvi isto) não é outra coisa senão fazer coro com a impunidade destes senhores que não foram treinados nem em Cuba e nem nos Estados Unidos, foram treinados nos cafezinhos e jantares caros da vida palaciana.
Aos fariseus que dizem somos todos corruptos, digo que a cumplicidade também é crime, e no caso deles é também prevaricação no intransitivo, causar prejuízo ao Estado ou a outrem.