Hermenêutico e dialogia
Não há relação direta entre os dois conceitos, o primeiro como dissemos, é retomado por Scheleimecher que ressurge com a questão hermenêutica, antes ligada a textos sacros ou históricos como Ilíada e Odisséia de Homero, hoje com a questão da ontologia e da alteridade.
Mas examinando mais de perto, podemos ver na perspectiva de Volichnov/Backhtin, Vygostski e no círculo hermenêutico podemos situa-la entre as fazer 3 e 4 quando fusão de contextos, horizontalidade e ouvir os autores são aspectos fundamentais, justamente o que nos faz fugir de um círculo hermético ou autor referenciado.
A relação com relação destes autores com a alteridade, surge a partir da ideia que o que está dentro de nossas consciências (pré-compreensão) surge sócio-historicamente (fase 2), mas quanto ao contexto está na perspectiva do que no círculo hermenêutico é o ítem 3.
Segundo o autor M. Holquist, a dialogia é “a própria capacidade de ter consciência baseada no outro”, é, portanto, parte do círculo hermenêutico e ao mesmo tempo realização da alteridade.
Aplicar o sentido não é outra coisa senão o que é feito em grande parte do estudo linguístico, mas não só nele, quando deixamos de lado os pontos 4 e 5, a horizontalidade e a fusão de contextos, podemos estar entrando num processo hermético ou auto referenciado.
Se o círculo hermenêutico é completo é inevitável que após ouvir o autor, que significa fazer um mergulho de fato em seu discurso, ao aplicar o sentido voltamos a etapa de interrogar-se.