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Metafísica e filosofia da história

18 out

O aprofundamento de Heidegger na antiguidade clássica,
realidade
Platão e Aristóteles, na escolástica de Agostinho de Santo Tomás, e a releitura de Kant, Hegel e até seu idolatrado mestre Husserl, fazia a academia alemã dos anos 1950, no final da 2ª. Guerra mundial, “começar de maneira totalmente e não reter nada daquilo que até então se mostrava como válido” (Gadamer, p. 306), e  isto aconteceu “na medida em que Heidegger acolher a crítica aristotélica à ideia do bem e a transformara de maneira frutífera, sublinhando particularmente o conceito aristotélico de analogia” (Gadamer, p. 307).

Não se deve fazer isto sem a necessária atualização histórica sobre a questão da consciência histórica introduzida por Hegel, onde: “a concepção hegeliana de uma história da filosofia já se mostrava completamente como filosofia, como uma parte isolada no interior da filosofia da história, que procurava demonstrar por sua vez a presença da razão também na História (Gadamer, 399).

A retomada ontológica de Heidegger, devia retomar a linguagem da metafísica como questão, e de certa forma se confunde com Hegel, pergunta assim Gadamer: “será que a nova radicalidade com a qual Heidegger despertou as mais antigas questões da filosofia para uma nova atualidade a figura conclusiva da metafísica ocidental … ? ou serão que foi o círculo da filosofia da reflexão que paralisou toda esperança de liberdade e de liberação e obrigou o pensamento heideggeriano a retomar a sua vida ?” (Gadamer, p. 307).

Deve-se conforme responde Gadamer, por um lado compartilhar com Hegel o acolhimento da história no próprio ponto de partida filosófico, e por outro “a dialética secreta e não desvendada, que está entranhada em todos os enunciados essenciais de Heidegger” (Gadamer, p. 308).

No pensamento de Heidegger temporal do homem, ele “parece pretender para si uma genuína autoconsciência histórica, sim, mesmo uma autoconsciência escotologicamente* marcada” (Gadamer, p. 308).

O segundo tema crítico, apontado por Gadamer na obra de Heidegger, é o que denomina como “o ser” e busca interpretar a tautologia do ser que é mediação do imediato, que segundo Gadamer seria uma “segunda imediatidade escamoteada” (Gadamer, p. 309)

Mas a questão central que remete ao tema da linguagem da metafísica, é retomar a questão aristotélica de Leibniz e Schelling: “o que é o ser do ente?” refazendo-a como “porque há antes o ente e não antes nada?” questão fundamental para o existencialismo ontológico atual.

GADAMER, H.G. Hegel, Husserl, Heidegger. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

Escatológico – aquilo que o é fim último da humanidade, ou o que se tem como fim último na autoconsciência como pretendeu Heidegger.

 

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