Empresas de telefonia cooperam por demanda na Europa
A France Telecom e a Deutsche Telekom vão comprar conjuntamente equipamentos de rede, aparelhos móveis e diversos itens de tecnologia da informação para economizar dinheiro, algo parecido ao que muitos consumidores de produtos já estão fazendo em sites de compras coletivas (veja os sites maiorbarato e ValeJunto, por exemplo).
Com este projeto podem economizar a France Telecom em torno 900 milhões de euros, e a Deutsche Telekom cerca de 400 milhões totalizando uma economia de até 1,3 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão) por ano, segundo as duas empresas, conforme informou a Reuters.
O acordo já é uma extensão da iniciativa de cooperação entre os grupos anunciada em fevereiro, que cobre áreas como compartilhamento partes das redes para aparelhos móveis, na Polónia, Áustria e Roménia; o que poderia cortar um total 200 milhões de euros de custos operacionais e 450 milhões de euros de despesas de capital até 2015, e dando aos clientes acesso à rede de internet móvel também da outra operadora.
Ao contrário dos lobbies brasileiros, as operadoras de telecomunicações na Europa enfrentam um cenário de crescimento lento e dura competição de preços, isto fez elas buscarem formas de cortar custos a fim de aumentar sua lucratividade, aqui o consumidor é que paga a conta.
Com o uso crescente dos smartphones e tablets, o tráfego de dados aumentou pois este crescimento de uso das redes requer investimentos maciços não do estado, mas das próprias empresas, conforme afirmou Edward Kozel, diretor de tecnologia da Deutsche Telekom: “Vemos um crescimento significativo no tráfego e pressão sobre as tarifas, então nossas aquisições precisam ser tão eficientes quanto for possível”, afirmou, o que não acontece aqui porque o governo quer regular e apenas prejudica a justa competição por serviços e preços.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) que contesta os valores das operadoras e defende a universalização do serviço de telefonia celular, na definição das políticas legislativa e executiva.
Conforme explica sua advogada Estela Guerrini: “Com a convergência tecnológica, justamente por ser um meio de concretizar o direito à informação, à cultura, à comunicação, entre outros, passa a ser vestido da característica de essencialidade. Essa nova qualidade precisa, por conseguinte, ser traduzida em termos legais, de modo que fique assegurado que todas as pessoas, em qualquer lugar, possam ter real acesso ao aparelho celular e aos seus usos”.