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Os diferendos e os conflitos

27 jul

Note-se que Lyotard não fala da famosa: “Vive la difference”, provavelmente deLesDifferend origem francesa mesmo pois muitos a dizer no francês, mas diferindo, definido assim:

“Diferentemente de um litígio, um diferindo seria um caso de conflito entre duas partes (no mínimo) que não poderia ser decidido de modo imparcial por não existir uma regra de juízo aplicável às duas argumentações.” (Lyotard, 1983, p. 9)

Ele propõe então que o primeiro diferendo (sim a palavra não existe em português, por isto a definição acima), este  deve se por à escuta mas no sentido do dano que uma frase sofre desde que é “encadeada” por outras frases, pois é ela que arranca desse modo à solidão e à contingência de seu ser livre, indeterminado e singular, algo como se era na infância.

O que Lyotard propõe é um diferindo ontológico, pois a frase apresenta seu ser contingente e indeterminado, se vê ao ser forçado a adaptar-se a regras de sua colocação e tornar-se desse modo um “ente”, neste caso a frase, e por isto penetra no que Heidegger chamou de Dasein.

Na doutrina de Lyotard é preciso se “laicizar” e se “des-antropomorfizar” a atitude filosófica de escuta, retirando-a do invólucro culto e reclamar o sentido a ser atribuído ao destinatário misterioso que é o Ser, ou seja, para que público a frase “fala” e com qual sentido.

Assim a “frase-questão” tem uma pergunta fundamental: O que acontece? Assim se o primeiro diferendo ontológico escuta, a “frase nascedoura” não deverá ser reapresentada e não deixa vítima, usando a linguagem de Lyotard a se a frase “bem educada”, o diferendo cicatriza.

Ele cria então algumas “quase-frases” que não são os sentimentos dissimulados, mas o sentido de uma “frase em instância”, no dizer do autor: “Uma sentimento, é como à espera de sua formulação.” (Lyotard, 1983, p. 59).

Apresenta assim três casos exemplares desta frases em instância, usando para isto a Roma antiga imperial: a realidade de um fato só ode ser verificada se uma “frase definicional” no exemplo: “É a capital do império” (pag. 68-72) se une a uma “frase ostensiva” (“É isto”) devido a uma ”frase nominativa” (“É Roma”) que as reúne em uma “frase Cognitiva” (“Roma é a capital do império”) (Lyotard, 1983, 68-72), dará outra exemplo também dos judeus na câmara de gás, não considero bom exemplo porque há um aspecto político do nazismo, proposital eu entendo, mas creio que não há “boas razões” para negar a realidade do holocausto.

As polêmicas de Lyotard têm muitos vieses, mas é indiscutível que a pós-modernidade já é.

Lyotard, J. Le différend, Paris: Minuit, 1983

 

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