Quando ver é outra coisa que contemplar
Há um mal estar naquilo que é sempre dizer SIM, os filhos não devem ser repreendidos, mas o Estado tem o direito de direcionar a educação deles, os alunos não podem ser contrariados em sala de aula, a existência de uma “positividade” chegou ao absurdo de institucionalizá-la.
Este incomodo ao contrário do que parece leva o indivíduo em especial, e a sociedade como um todo diante de um fosso entre o que é realmente verdadeiro e o que é falso, já não é mais o relativismo, mas a positividade da “vida activa”, a ausência de qualquer vita contemplativa.
Mantemos a “vida activa” entre aspas, porque diferente da filosofia discutida aqui, há o conceito de “engagement”.
Mesmo em termos da Bíblia, aqueles que se recolhem em um grupo parecem ter alcançado de modo mais elevado esta positividade, no entanto, é contrário ao que ensina a Bíblia, Mateus18,15-16:
“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo,
mas em particular, à sós contigo!
Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.
Se ele não te ouvir,
toma contigo mais uma ou duas pessoas,
para que toda a questão seja decidida
sob a palavra de duas ou três testemunhas.”
É preciso entender que isto refere-se a justiça, uma vez que testemunhas devem ser chamadas para dizer o que de fato está sendo corrigido, não é a moral maniqueísta e menos ainda aqueles assuntos, que são importantes, mas que ficam no âmbito da religiosidade.
É preciso, sobretudo separar o que é positivo do negativo fora do Maniqueismo, já o esclarecera no nosso post sobre o VER, onde o filósofo Chyul Han afirmara que: “capacitar o olho a uma atenção profunda e contemplativa, a um olhar demorado e lento.” (HAN, 2015, p. 51), o estar sujeito a estímulos sempre “positivos” na verdade nos frustra e não nos impele de fato para frente, para a “vita activa”.